O pesadelo
02h55. Sono: pesado. Respiração: calma
Minhas mãos enlaçam suavemente uma mulher sem rosto. O dia está ensolarado e a felicidade nos rodeia. Caminhamos por uma trilha perto de um rio, e ela me chama para nadar. Antes que eu possa concordar, tudo muda...
03h05. Sono e respiração: levemente alterados
Ele me persegue. Não sei quem ou o que é, mas está atrás de mim. Junto com o sol, a garota desapareceu. A trilha tornou-se escura e assustadora. No silêncio, corro. Fujo dessa coisa. Fujo, fujo, fujo...
03h17. Sono: levemente agitado. Respiração: desregular.
Cenho: franzido. Corpo: um pouco trêmulo
Agora encontro-me em casa. Os cômodos familiares, contudo, não trazem-me sossego. A coisa também veio para cá. Por todos os lados, vejo seus olhos vermelhos. O medo altera minha razão. Não consigo pensar com clareza, não com esses olhos fitando-me. Quero gritar, porém nada sai da minha boca, só um gemido murmurado. Aquilo aproxima-se mais. Tento correr, mas minhas pernas parecem chumbo.
03h30. Sono: agitado. Respiração: acelerada.
Cenho: franze diversas vezes e se contorce. Corpo: treme e sua, remexendo-se na cama.
Não sei como, chego em meu quarto. Não vejo mais a coisa, acho que ela se foi. Respiro com dificuldade, deitando aliviado na cama. No entanto, ouço ruídos. Pés arrastam-se na escuridão, e então, para o meu horror, aparecem não uma, mas várias coisas. Seis pares de olhos vermelhos riem de mim. Enquanto me alcançam e atacam, protejo-me idiotamente com o lençol. E grito, mesmo sem voz, grito sem parar...
03h46. Os olhos se abrem. Um grito engasgado irrompe da garganta.