O Cemitério de Realengo - 1ª parte

Maria morava com seus pais e dois irmãos no bairro de Realengo, desde o seu nascimento. Sua família era Cristã e de muita fé. Ela era descendente de imigrantes portugueses da Ilha dos Açores, que vieram para o Brasil no início do século XIX a mando do Príncipe Regente Dom João VI.

Maria uma formosa moça de seus 17 anos de idade, cabelos longos e negros, olhos claros e expressivos, muito inteligente e estudiosa, tinha medo de tudo, medo de escuro, de ranger de portas, de dormir sozinha, de ventos uivantes, e muito mais.

Quando pequena ouvia sempre atenta as estórias tenebrosas do bairro, que sua avó costumava contar. Apesar do medo gostava de ouvi-las. Residia em uma mansão do tempo do Império, era uma casa enorme com muitos quartos, dava até para se perder.

Durante o dia ela gostava de montar a cavalo, tomar banho no rio que passava próximo a sua casa, atirar pedra nos pássaros que voavam na amoreira, colher jamelão e goiaba, vivia trepada na goiabeira.

Ao chegar a noite, ela começava a temer. Certa noite sem lua, a noite ficou mais tenebrosa do que de costume e Maria ficou com muito medo, como não podia mais dormir com os pais, pois já havia crescido o jeito foi ir dormir sozinha. Nesta noite Ela teve que buscar coragem e ir para a cama. Ao deitar em sua cama começou a ouvir o vento forte que uivava como um lobo, as janelas começaram a bater e ela cobriu a cabeça e começou a orar, mas não adiantou, e começou a trovejar e relampejar e Maria não sabia mais o que fazer, quando de repente parecia que estava acontecendo tudo isso dentro de seu quarto, foi quando tudo dentro do quarto começou a ser aspirado por uma força semelhante a um roda moinho, que sugava tudo para baixo da terra, inclusive Maria que foi sugada pela força estranha e aos gritos de pavor ela se foi, como se tivesse passado para uma outra dimensão, sem deixar rastro.

continua...