Horror....
Tinha os olhos negros e escuros
E exortavam-me o primitivo horror
Das órbitas os inúmeros furos
Eram as entranhas de meu pavor
Pudera ler em sua fronte sulcada
Debaixo dos cabelos negros lisos,
Minha alma sendo assim tragada
Na histeria destes malignos risos
E as mãos descarnadas com lepra
Percorriam meu corpo paralisado
Qual a videira ranca-se velha cepa
Em horror eu estava aprisionado
Aquela presença me sentenciava
Com seu odioso hálito pestilento
A minha voz enfim se silenciava
Diante deste malévolo julgamento
Viria Deus no presságio me socorrer
Proferindo suas citações em mote
Quisera eu no meu existir morrer
Fitando aos olhos a figura da morte?