Devorado Vivo
Vermes rangendo no caixão
Vão rapidamente se procriando
Recortando toda a extensão
Calmamente vão me devorando
Em cima de meu rosto eles caem,
Neste covil solitário e preto,
Os músculos das pernas contraem
Famintos roem meu esqueleto
Roedores rastejam sobre mim,
Roendo todas as minhas digitais,
Enterrado no sepulcro esse fim
Será morrer sem restos carnais
Famintos sentem o pulso da vida
E por cima de mim andam eretos
Retalhando cada parte da ferida
Os vermes, bactérias e os insetos
Esta multidão maldita e repulsiva
Rasgam com furor o corpo quente
Cortando a musculatura carne viva
Em sua fúria visceral e demente
Dilaceram todo material exposto
Sem um remorso de consciência
Lacerando toda parte deste rosto
Desesperados pela sobrevivência