FOI UM PESADELO?

Um homem sem rosto se aproximou de mim.

Em suas mãos trazia uma faca afiada.

Eu via aquela lâmina brilhando.

Ela vinha em minha direção.

Tudo era escuridão.

Por todo canto uma bruma dominava.

Ao longe, muito ao longe eu via umas luzes opacas.

Como os lampiões de antigamente.

Eu me sentia noutro país, noutra época.

Sabia ser eu. Sentia meu corpo todo trêmulo.

Sabia que meus cabelos e vestimentas estavam em desalinho.

A sensação era de que um monstro me atacava.

Imobilizada pelo pavor eu o via se aproximando, se aproximando.

Acordei e estava suando.

Devo ter gritado muito porque acordei completamente rouca.

O peito doendo tanto que cheguei a tocá-lo para confirmar se não havia um ferimento.

Espreguiçando na cama fiquei tentando captar o presente momento.

Tentei afastar as tensões que o pesadelo havia me provocado.

Fiquei ouvindo as vozes de uma manhã que acordava.

Aos céus eu ofertava o meu ser que renascia naquela manhã que despontava.

Claro que foi só um pesadelo. Aquela faca me feriu de morte numa outra era talvez, eu pensei...

Cruzes! Será esta uma recordação medonha que guardei?

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 11/07/2012
Código do texto: T3772063
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