O Último Beijo XIV - O Combate das Sombras - Espada Vermelha

O cavalheiro empinou o seu corcel negro e seguiu num tropel agressivo na direção dos cavalariços da igreja. Abriu suas cabeças ao meio espalhando o sangue, massa encefálica e pedaços de ossos cranianos pelo terreno arenoso. Cavalos relinchavam. A sua espada estava vermelha, do sangue. Os cavalos relinchavam, gritos tomavam de assalto o pântano. Das tendas saíram os líderes de guerra e os homens da igreja, ainda assustados com a interrupção abrupta do silêncio da noite no acampamento.

- Voltem para os seus mosteiros e abadias, ou o sangue de todos que estão aqui presentes se juntará á agua escura do pântano.

Vociferou o guerreiro sombrio branhindo a sua espada comprida nos que ousavam dele se aproximar. Seus corpos caíam dilacerados, até que sentiram que não estavam diante de um qualquer. Temiam pelas forças diabólicas que ali pairavam.

-Não somos subordinados á igreja.

E, assim atravessou o acampamento de guerra desafiando os homens armados. Lanças não o alcançavam, flechas não o atingiam. O seu cavalo era veloz e protegido com armadura metálica. A escuridão reinante o protegia. O terreno acidentado e arborizado facilitavam a sua ação. Por onde passava cabeças rolavam dos que tentavam atingí-lo. E, assim sumiu por entre as águas escuras do pântano.

-Vamos lutar contra forças sobrenaturais, o que se passou? Fomos atacados pelo próprio Demo?

Indagava um dos líderes da igreja que veio com a missão de levar Lady Bella ,de volta.

-O Abade não acha que veio para um local infenal desses a passeio...

Ironizou o capitão de batalha , Athurffo Signnus, importante mercenário que colaborou na tomada de Constantinopla pelos turcos.

Do pântano surgiam rugidos de feras desconhecidas. O barulho da água sendo rompida era intenso. Todos ficaram apreensivos, temerosos.

- Á postos. Acendam as fogueiras. Às armas vamos ser atacados. O alvoroço era geral. Uma barreira de guerreiros se formou. Uma esquadra com escudos e lanças. cavalariços posicionados na retaguarda. Centenas de morcegos davam vôos rasantes por entre os guerreiros. pareciam agir de forma programada dispersando-os. Então, comçou o ataque vorazes. pele, músculos e ossos rompidos por mordidas poderosas.

- Tochas, acendam tochas. As forças do demônios estão presentes.

E, assim começaram as primeiras horas da pequena guerra em volta do Castelo da Sombras.

Longe dali, Dlady observava, com a sua visão de águia o que sucedia no acampamento daqueles que vieram confrontá-lo. Não se importava com a situação do pai de sua amada. Era um homem comprometido com a igreja.

-Bobagem acreditar que os príncipes e reis têm o poder na terra. Os sacerdotes sobre a alma. Os tolos pregam que a alma é mais valiosa do que o corpo, porisso se acham mais importantes do que a monarquia. Provo a eles que é possível reinar certo sem ser subordinado ao clero. Eu não tenho alma, eu sou so corpo. Tenho vida eterna entre os homens. Vou espalhar pelo mundo o meu reinado de eterna vida material.

Lady Bella banhava-se numa tina de água morna. Ouvia-o, em silêncio se perguntava o por quê de ter dobrado as fibras do seu coração para uma figura tão sinistra, sem Deus. Um ser de coração de pedra, impiedoso e que vivia para servir ao mal. A água morna ajudava-a a relaxar, quando descia pela sua pele de forma suave. O perfume das flores e dos óleos de banho,maia a alfazema lhe davam frescor nas idéias. Ao ouvir Dlady proferir tal reflexão em bom tom, falando consigo mesmo, sentindo os olhos brilharem de ódio - tomou uma decisão. Precisava agir de forma que pudesse salvar a vida do seu pai e dos homens que estavam no acampamento de guerra.

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 09/07/2012
Reeditado em 16/06/2013
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