A Morte
Vi-a sequer uma vez,
Com a foice e o cajado
Tinha o rosto em palidez
No negro manto trajado
Andava com certa calma,
Seguindo meu caminho,
Vinha buscar a minha alma
No trajeto que fiz sozinho
Sua aura era sobrenatural,
Tinha os cabelos brancos,
Seu aroma tão sepulcral,
Guiava-se a passos mancos
Tinha as mãos transparentes
Cobertas de enormes chagas,
E sua língua por entre dentes
Destilava as malditas pragas
Seu semblante era diabólico
E a sombra algo espectral,
Falava em um tom retórico
Com seu tom de funeral
-Vinde a mim pobre mortal,
Assim sussurrava o ser,
-Tua viagem transcendental
Será para mim um prazer
Percebi então que era tarde,
Que logro essa minha má sorte,
Pois ao inferno a alma arde,
Quando fui ceifado pela morte!