ENCRUZILHADA - parte 1

Suas mãos coladas no vidro da janela, fazia o frio invadir seu corpo e seu coração disparado de medo era quase um estrondo no silêncio daquela noite vazia. A chuva escorria pela vidraça formando desenhos, que a levava a imaginar... ela só conseguia ver sangue e morte. Olhando a sua volta ela percebe que está em uma igreja, na torre mais alta um grande sino prateado começa a badalar, um barulho ensurdecedor... Toca vagarosamente doze vezes. E a torre começa a desmoronar.

Ela corre o mais rápido que pode... e mais... e mais, com seu longo vestido branco arrastando na terra vermelha e pegajosa como sangue. Algo a segue pela noite sombria e úmida. Algo a segue. Seu medo é tanto que ela não sabe como consegue fugir, mas... Tirando coragem do fundo de sua alma ela olha para traz... Era enorme...

Um cão do inferno com os olhos flamejantes, era do tamanho de um bezerro e a seguia em longas galopadas. O terror dela se torna absoluto quando percebe que ele não tocava o chão, apenas flutuava em lentas galopadas, suficientes para alcançá-la. Em um bote certeiro a fera a derruba... ela cai de uma longa escada. Ela desmaia.

Acorda no meio de uma encruzilhada. Duas ruas que se cruzam. Ainda está chovendo e as gotas lavam seu rosto... são lindas como estrelas caindo do céu. Então ela se levanta e a sua frente está um homem vestido todo de preto, ele tem uma rosa vermelha nas mãos. E a joga aos pés dela. Ela tenta ver seu rosto, mas está escuro...

Sára acordou meio tonta devido ao remédio para enjôo que havia tomado antes da viagem, olhou pela janela e a imagem nostálgica das plantações de milho e soja invadiram sua memória. Depois de tantos anos estava em casa novamente... (continua)

Eliane Verica
Enviado por Eliane Verica em 30/06/2012
Reeditado em 30/06/2012
Código do texto: T3752974
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