A Mulher de Branco

A Mulher de Branco

O caçador de lendas aportou naquela cidade do interior nordestino em busca de mais uma conhecida, A MULHER DE BRANCO. Desvendar mais um mistério e pôr na lona mais uma crença popular. Caçava lendas do sertão e procurava explicar fenômenos fantasmagóricos, de forma racional, fria e dismistificadora.

Estudava os fenômenos da mente. Explicava a capacidade que tem o cérebro em plasmar fantasias, de toda ordem." Uma crença popular nasce da necessidade das pessoas em se relacionarem" dizia." É na escuridão da noite à beira da fogueira que falam de fantasmas, vampiros e lobisomens. Mortos que retornam das tumbas, vozes que ecoam dos muros do cemitério." Observava, diante de todos os crédulos.

- Uma pessoa com medo ver tudo que não existe, o que lhe amedronte, torna-se fruto de sua mente. Nunca fotografei um fantasma. Todas as fotos que vi são fraudes, as que fiz so apresentavam defeitos técnicos de iluminação, nada além.

-É, moço mas as coisas existem. O cemitério fica perto daqui, cuidado que as coisas podem vir atrás dos que são incrédulos. Ouvi a sua entrevista na rádio local. À noite no sertão as lendas saem da escuridão e ganham vida própria.

Disse-lhe a senhora da pensão, enquanto arrumava as malas dele no quarto. Um cômodo bem simples. Uma cama, um pequeno armário, criado-mudo e um banheiro. A janela dava para o caminho arborizado.

- O moço é novo por aqui, está de passagem ou veio pra ficar?

Perguntou a jovem de pele bronzeada de sol. Rosto de menina e olhar de mulher. O vestido fino e curto desenhava as formas sedutoras do seu corpinho de menina mulher.

- O meu nome é Pâmela. Arrumo os quartos e ajudo na cozinha. Vim passar a vassoura e tirar a poeira daqui, querendo pode ficar ou se ausentar.

-Oh, querida, fique á vontade, estou sujo, cansado. Tomarei um banho, enquanto você varre, se não se importar.

-Claro que não, fique à vontade. Estamos sozinhos Dona Margô foi na cidade buscar mantimentos para aprontar a sua janta.

Para Douglas, soou como um convite. A malícia estava no ar. Não havia muito o que fazer no quarto em relação à limpeza. E dizer que estavam sozinhos - havia algo de malícia no seu olhar, no gestual e no timbre de voz carregado por monossílabos arrastados.

desnudo e ja molhado, arrastou um pouco a cortina de plástico e a viu de vassoura na mão ensaiando um bailado de arrastar a piaçava no piso e sacudir a bunda farta, bem feita. O vestido bailava, a bunda dançava. " Muito menina, pode dar problema", pensou com os seus olhos vítreos em suas formas sedutoras. Seios em forma de avelãs, durinhos. balançando ao rítmo da vassoura. Vez ou outra arrumava o cabelo que teimava em lhe cair sobre os olhos,e o olhava de soslaio.

A água caia do chuveiro e lhe banhava o corpo ávido pelo banho frio, revigorante. Horas difíceis a fio ao volante por estradas de chão. O sol a pino na cara. A terra seca, a miséria estampada em casebres de pau a pique. Boi morto pela estrada. O canto agourento do carcará acompanhava o carro. À noite o temor pela cascavel ao acampar á beira da estrada, repousando num saco de dormir. O piar de uma coruja como companhia. Ante de se deitar saía pela caatinga fotografando, em busca dos mistérios do sertão. Nada de Saci, nada de Curupira, nada de Caipora ou de lobisomem.

Havia dias sem experimentar o calor de um corpo de mulher. Nos prostíbulos das pequenas cidades que havia passado as mulheres eram desdentadas, peitos murchos e cheias de perebas pelo corpo. Certo dia lhe ofertaram uma menina - " não, essa, não..." Tinha oito anos de idade, barriga de verminose e um olhar meigo, de fome. Pagou à cafetina. Colocou a menina no carro e a devolveu à sua família junto com uma cesta básica. Foi uma festa para a família que vivia na miséria absoluta.

- Banho demorado o seu...Água por aqui, moço é a nossa maior riqueza.

- Eu estava cansado e precisava sentir o frescor da água na minha pele. Desculpe-me, posso pagar um valor diferenciado pelo banho.

- O senhor não tem uma pexeira , não não é?

-Peixeira? Não, claro que não. Por quê me pergunta isso?

- Tenho traumas ja vi gente morrer assim.

Ele silenciou. Ficou confuso pela pergunta descabida, sem sentido. Mal colocada para aquele momento. Ela abaixava o seu tronco para tirar a poeira do criado-mudo, do armário. Ancas levantadas exibindo parte das coxas,da bunda. O vestido levantava. Ele so de toalha desenhava um ereção. Ficou certo volume na frente. Ela o olhou de soslaio. Dirigiu os olhos para o volume na toalha.

- Ela vai demorar, não se preocupe. Não gosta que eu entre no quarto dos inquilinos, diz que isso é procurar safadeza.

O sol poente se desenhava na linha do horizonte por sobre o arvoredo.

sentimentos e desejos vermelhos brotavam no homem e na menina mulher à semelhança da sanguínea que se desenhava ao por-do-sol.

Em dado momento se agachou para pegar o lixo com a pequena pá. As pernas meio abertas exibiram a calcinha vermelha por baixo do vestido branco. Ela tinha coxas grossas, bonitas. Pele lisinha, sem manchas. Os seios ficaram à mostra. A aureóla escura, o biquinho saliente.

O volume no seu instrumento de prazer se avolumou aumentando de forma considerável o volume na toalha. Então, ele abriu a toalha e lhe mostrou.

Estava ali, em pé. Dura, rija, palpitante.

- O senhor não tem peixeira, tem?

-Claro que ,não. Não entendo o por quê desta preocupação...Acha que te ameaçaria com uma peixeira para ter seu corpo?

Ela nada lhe disse. Ergueu o vestido exibindo as pernas de coxas grossas e bronzeadas. A calcinha vermelha, miudinha. O triângulo inchado, volume considerável. O olhar pedia-parecia bem excitada,cheia de desejos insanos.

Iniciaram-se em abraços e chupões, beijos e mordidinhas na lingua, nos lábios, no pescoço. Ela lhe mordia e ele retribuía. Mãos audaciosas apalpando, alisando. Gemidos e sussurros. Ela latejando por dentro e ele pulsando querendo penetrar. Chupou os seios dando mordidinhas nos biquinhos, enquanto apalpava a sua bunda, farta, gostosa. As mãos dentro das coxas, sentindo a carne tenra,morna. Segurou no volume da xana,sentindo-o molhada por cima da calcinha.

Para sua surpresa, ainda no frenessi do calor do sexo, ela ergueu a cabeça para o teto, dentes trincados, lhe perguntou:

- O senhor tem peixeira?

Mais uma vez ele ficou intrigado com a insistência daquela pergunta insana. Jogou-a longe na cama. Ela caiu sobre o colchão com força. Então ele foi na sua mochila. Abriu o zíper com sofreguidão, voltando em seguida para ela, nua, entregue, totalmente entregue. Tinha os joelhos dobrados repousados no colchão, pernas abertas. Os olhos fechados, dizia baixinho: vem, vem, vem me possuir moço, vem...

Ele pegou a camisinha na mochila. Vestiu-a e penetrou com força arrancando um gemido rasgado dela, de dor. E assim, copilaram até serem quase flagrados pela dona da pensão. Os gritos,sussurros não encontraram limites.

-Ela está chegando sinto os seus passos. Deve ter apeiado do cavalo, vou-me daqui.

A mocinha saiu pela janela com o vestido nas mãos.

Ele adormeceu.

Na manhã seguinte foi acordado pela senhora que o hospedara.

-Hora do café da manhã, moço.

Batia na porta do quarto.

-Ja vai...ja vai.

Dizia, erguendo-se da cama, com preguiça.

À mesa a senhora o serviu. Cuscuz com manteiga, ovos e leite. Pão e biscoitos. Banana da terra cozida, batatas.Uma mesa farta para uma casa do sertão.

Ele indagou:- cadê a menina?

-Que menina, moça, ai, ai, Jesus...Não me diga que você...

Ele entrou em pânico, havia a senhora deduzido que os dois...Tentou se justificar.

-Ela que me provocou, entrou no meu quarto, foi se insinuando, então aconteceu. Eu não tive culpa.

-Não é isso, moço, pensei que ja estávamos livres dela. Um padre teve aqui no mês passado. Até pastor da capital ja veio ca...

A senhora lhe pediu para que pudesse descrever como era a menina. Seguiram para a cidade. Ali, no cemitério pôde ver a foto dela na lápide. Sim, era ela mesmo. Mas, como podia ser? Estivera com ela, olho no olho, corpo no corpo. Sentira o seu prazer de menina mulher. "Havia sido drogado, foi um pesadelo...?" Refletia assim.

- Aqui é a cidade da Mulher de Branco. Foi assassinada e estuprada. Foi morta á golpes de peixeira por um dos meus hóspedes há dez anos atrás. A infeliz assombra a minha pensão, não tenho mais clientes. A fama vai longe, tanto é que lhe atraiu até aqui. Ela era tão linda, uma moça boazinha, teve um fim tão triste...

O caçador de lendas, em silêncio montou em seu cavalo de ferro e foi embora. Tinha na mochila três máquinas fotográficas, um gravador e uma câmara de filmar; entretanto, havia sacado dali uma camisinha. Voltava para a capital sem um registro, um sequer,daquele seu encontro com o sobrenatural, um encontro pele a pele. Misturou trabalho com prazer e deixou de registrar, o que seria o primeiro mito sobrenatural daquela região do sertão, A Mulher de Branco.

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 29/06/2012
Reeditado em 17/06/2014
Código do texto: T3752201
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