Cavaleiro fantasma

O caso que vou contar para vocês é verídico, e aconteceu com meu próprio pai.

Meus avós são proprietários de uma fazenda aqui mesmo no município, que, diga-se de passagem, é muito bonita e produtiva.

Meu pai sendo o caçula sempre foi muito mimado e sempre fez o que teve vontade, muito dado a festas e bebedeiras.

Pois bem certa madrugada, por volta de 5 da manhã, meu pai vinha voltando de uma cidade próxima, pois havia tido lá uma grande festa, da qual ele participou ativamente bebendo e fazendo algazarras, junto de seus amigos.

Meu pai havia perdido seu irmão mais velhojá havia algum tempo, as outras irmãs já haviam casado, sendo que na fazenda moravam somente ele e meus avós.

Ele chegou dessa noitada muito cansado e bêbado, e como nessa época não havia ainda nenhum peão na fazenda para ajudar o meu pai, era ele quem trazia o gado para o curral, para poder tirar o leite.

Meu pai não estava muito sóbrio por isso antes tomou um banho gelado para poder acordar bem e se manter alerta.

Terminado o banho foi arrear o cavalo pra buscar o gado, montou e saiu em direção ao pasto, trazendo assim as vacas.

E quem conhece bem de fazendas sabe que todas as vacas têm um nome, assim meu pai vinha chamando o nome de cada uma, quando de repente notou que havia um cavaleiro todo vestido de branco que o ajudava.

Meu pai ficou bem tranqüilo pensando tratar-se de seu cunhado que tinha uma fazenda ali perto e que poderia estar ali afim de ajudá-lo com o gado.

O cavaleiro sabia o nome de todos os bois e vacas e também exibia muita destreza com o cavalo, foi trazendo assim todo o gado, sem maiores dificuldades.

Meu pai então resolveu chamar pelo nome do cunhado para ver se era realmente ele, mas a voz em nada parecia, porém como ele estava ainda meio bêbado, pensou que era coisa da bebedeira.

O cavaleiro misterioso não respondia e meu pai resolveu então se aproximar para ver quem era.

Notando isso o peão foi se afastando a cada aproximação de meu pai, meu pai chamava pelo nome mas ele não respondia, então ele dirigiu pra trás de um toco de árvore e desapareceu assim como seu cavalo.

Meu pai procurou por todo o pasto mas não encontrou ninguém.

Tirou todo o leite e mais tarde resolveu ir a fazenda do cunhado pra ver se era ele, mas ele mesmo não acreditava que fosse, foi mesmo só pra tirar as dúvidas.

E não foi de surpreender a resposta do cunhado, dizendo que não era ele não, pois há essa hora ele estava apartando o próprio gado, e nem foi para as bandas da fazenda de meu avô.

Meu pai então rezou nessa mesma noite para seu irmão falecido, para dar-lhe paz de espírito.

Pois ele havia se suicidado após matar a própria esposa a facadas.

kati
Enviado por kati em 06/02/2007
Reeditado em 26/11/2007
Código do texto: T371922