O Cemitério Assombrado

É na escuridão da noite que as coisas acontecem. Os incautos são surpreendidos tornado-se presas fáceis dos que servem ao mal. Seres noturnos, servidores do mal pululam por todos os cantos. Espreitam na penumbra. Caçam sua vítimas. Naquela noite não seria diferente. O carro enguiçou, logo no muro lateral do cemitério.

- O que foi Noel, você ta brincando comigo? O carro quebrou, logo aqui, sabe que tenho medo de passar por esta rua...

Disse Núbia, com aflição para o namorado, que estava meio sem graça.

-Mas, que droga, mecânico filho de uma égua. Disse que tinha deixado o carro ok. E, agora?

Noel, num impulso improvável, saiu do carro. Tinha as mãos na cintura. Olhou para os lados. Nada viu. Ruas escuras e desertas. sabia o povo da fama daquela rua do cemitério. As pessoas evitavam passar por ali, mesmo de carro.

- Noel, Noel...volte pro carro, tenho medo. Não quero ficar sozinha.

-Que droga, que droga. Não queria entra por esta rua, pensando em economizar gasolina....

Olhando para o portão do cemitério nos fundos, além das sombras da noite que reinava por entre as tumbas e covas, havia uma luz tênue.

- Tem uma casa nos fundos do cemitério, acho que deve o coveiro morar ali, ou deve ser do vigia...

Aflita, rebateu, com voz embargada e sufocada: - nem pense em ir la, e eu não vou, e não quero ficar aqui sozinha.

Tentando fazer o carro pegar. RRRRRHHHH.....RRRRHHHHH. Fazia o motor, e nada.

-Não quebrou, estou sem gasolina. O medidor ta com defeito, o ponteiro marca errado.

- Cabeça de bagre. Agora estamos aqui ao lado do cemitério que tem fala de mal-assombrado. As hisórias que contam daqui é de arrepiar os cabelos.

Era meia-noite. O vento açoitava as copas das árvores. Núbia foi chamada a atenção pelo barulho que as folhas faziam sendo sacudidas pelo vento. A lua cheia foi encoberta por nuvens. A noite ficou mais escura. Núbia sentiu arreipos, o coração dispara a ponto de querer poder sair pela boca. Suava frio.

-Eu vou entrar no cemitério- disse Noel, com ar de destemido.

-NÃOOOO....Por favor, não, não me deixe aqui sozinha, pelo amor de Deus.

-Tudo bem. Vamos entrar juntos.

-Nãooooooo. Tenho medo. vamos largar o carro na rua e vamos pegar um táxi.

-Que táxi? Não tenho um trocado, e estou sem dinheiro em casa.

Para piorar as coisas uma chuva torrencial caiu de repente. Aproveitando-se deste momento de distração de sua namorada, Noel resolve entrar no cemitério. Precisava ter coragem, precisa buscar uma solução. O portão rangeu, pois estava carcomido pela ferrugem.

Nheeeeeeccccccccc....

fez o portão, causando certa pertubação, convidando-o para uma tensão natural, como se aguardasse o inesperado. lançou olhares para o breu da noite que se estendia pelo cemitério. A visão dos anjos de pedra sobre os mausoléus era de deixar arrepiado. Covas, tumbas. Árvores secas, sem folhagem por entre o espaço das tumbas. Para culminar, um gato preto miou e lhe passou na frente, por entre as pernas.

Resoluto, tremendo, com as pernas bambas seguia em frente. Por alguns poucos segundos pensou em voltar, sair dali correndo. O vento uivava. A casa do zelador do cemitério, talvez estava a uns 100 metros. Cruzava por entre as tumbas e covas. A luz cheia voltara a iluminar as os túmulos. Via as fotos dos mortos. Homens e mulheres, alguns vestidos com roupas que remetiam o começo do século. Crianças que se foram prematuramente. Jovens donzelas que amarguraram a partida para o além sem experimentar as delícias do sexo, o casamento.

Um barulho estranho fê-lo virar-se, assustado. Por um momento, pensou ter avistado, com seu andar ligeiro, por entre as tumbas, um...

- Um lobo no cemitério....

O animal imponente o olhou e sumiu na escuridão.Era so um cão vadio

Disposto a sair dali correndo, foi surpreendido por algo mais assutador.

Uma mulher jovem, vestida com uma roupa branca, comprida, cabelos em desalinho vinha da escuridão em sua direção.

Um grito de pavor ecoou do cemitério e invadiu a noite

- Noel, Noel sou eu, fiquei com medo de ficar no carro sozinha.

Noel não a escutava. Corria feito louco. Nem bala o pegava.

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 10/06/2012
Reeditado em 06/08/2013
Código do texto: T3715308
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