Aldeões e Admiradoras- O Último beijo VIII

-Quem são elas?

Indagava, Lady Bella a respeito das jovencitas que ficavam próximo ao castelo olhando para a amurada, onde o príncipe podia, durante o dia ficar - devido à proteção da luz solar que ali oferecia.

A criada, logo respondeu:

-Suas admiradoras. Todas elas se sentem atraídas pelo príncipe. São de todas as idades, das mais jovencitas às mais maduras, sendo que na maioria são jovens.

- Nossa, sabem elas quem é este homem frio e impiedoso?

-Ora, senhoria, o desejo tem faces que não conseguimos decifrar.

Dizia a criada, enquanto trocava os forros de sua cama.

-Príncipe, Dlady - gritava uma, ou outra voz do lado de fora do castelo, voz de adolescente. Seguido de risinhos.

Lady Bella pôde ver as mesmas de um dos janelões. Eram de pele clara, de brancura diáfina. Vestiam-se com simplicidade, mas tinham beleza. Loiras, de olhos azuis. Algumas de cabelos ruívos. Tinham cestos de colheita nas mãos. Eram camponesas das plantações do príncipe. Seus pais passavam e não as recriminavam.

O príncipe surgiu do nada, acenou para as meninas. estas sorriam e entre se olhavam. Foram-se, olhando para trás e acenando para ele.

- Vejo que tem muitas admiradoras.

Observou ladi Bella, tinham um ar de ciúmes, talvez.

-Sei. Apenas garotas que vêem em mim um exemplo de homem sedutor, nada além. Sou um homem elegante, de fino trato.

- E, tem correspondido? Elas sabem quem você é em essência?

O príncipe nada disse, afastou-se. Foi recolher-se. Não gostava muito de perambular pelo castelo durante o dia. havia uma suspeita de que a luz do sol destrambelhava as suas células mantidas pelo poder das sombras. Podia morrer, caso seu corpo fosse banhado por longo tempo pela luz do sol.

Lady Bella pensava na possibilidade de poder ir embora, em breve. Sentia que o seu pai estaria por vir, com guerreiros fortemente armados.

A rotina no castelo decorria ao longo do dia. Lady bella se mantia ativa participando de tudo e fazendo amizade com a criadagem. Era segredo o cômodo secreto, onde o príncipe repousava.

A paisagem ao longo do castelo era sinistra. UM fosso de dimensões desmedidas, onde feras estranhas se arrastavam por sobre a lama. Vigilantes montados em corcéis não davam sossego, andavam pra la e pra ca, vigilantes. La fora, no campo aberto, soldados treinavam para a guerra. Os camponeses plantavam, colhiam, treinavam cavalos, ordenhavam vacas, cuidavam dos barcos e das carroças.

lady Bella vivia angustiada, meio depressiva. Indagava-se a respeito da possibilidade de viver ali, como um mero objeto de conquista para um homem, um príncipe das trevas que se recusava a aceitar os desígnios de Deus. O homem deve viver, envelhecer e morrer. Dlady havia conquistado a eternidade, para isso abandonara a fé no Deus todo poderoso, trocando-o para servir ao Senhor do Mal.

Impressionava a servidão, a fidelidade que aqueles homens e mulheres se entregavam ao príncipe das trevas.

Os ventos que vinham do norte, talvez, trouxessem notícias do seu pai. Uma revoada de pombos silvestres encerrou a sua contemplação no horizonte. recolheu-se para ler um livro. Pediu frutas cítricas e água potável para bebericar.

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 09/06/2012
Reeditado em 16/06/2013
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