Sangue do meu sangue

Toquei a terra do meu antigo lar. Tudo que eu amei, ou odiei pertenceu a aquele maldito lugar. Sara minha infiel amada, não valia o sangue que por ela derramei, ou a dor que causei a minha pobre Ana. Eu era o filho mais velho do unico médico de nossa cidade, por longos anos estudei na capital para substituir meu pai. Meu caridoso pai amava a medicina, eu a via como um caminho para ser poderoso e poder decretar a vida ou a morte. Voltei com meu diploma e cheio de perigosas ilusões. Minha amiga, meu anjo da guarda era a doce Ana. Nunca valorizei sua beleza discreta, eu queria poder e dinheiro e haveria de conseguir. Sara era a mais bela jovem da região, no começo ela me desprezou. Para lhe fazer ciúmes comecei a sair com Ana. A pobre confessou-me seu amor. Me aproveitei de seu afeito e fiz promessas que nunca pretendi cumprir. Ana engravidou tive que me casar com a infeliz. Um dia coloquei um abortivo em sua bebida e logo ela abortou o bastardo. Ana ficou dias entre a vida e a morte. Infelismente ela não morreu. Fugi do lar que destrui em busca de aventuras. Sara como por encanto me aceitou, a seu lado o fogo nos consumiu. Abandonei Ana e fui morar com Sara, aos poucos cansada de ser a outra Sara destruiu nossas vidas. Um dia recebi o telefone de meu pai que me noticiou o desaparecimento de Ana. Como louco a procurei, aos poucos me dei conta das ilusões que me tomaram tudo. Não encontrei Ana. Sara aos poucos foi se revelando fria e cruel. Aos poucos a abandonei, a maldita começou a me trair e perder a lucides. Dediquei os anos seguintes a procurar minha mulher. Sara um dia cortou os pulsos e a trouxeram a mim, tive pena da mulher a quem troquei meu lar. Sara pegou uma infecção grave e antes de morrer recobrou um pouco a lucides.

-Eu matei a infeliz da sua mulher, vocé só me deu uma casa e não seu nome. Cortei a garganta da infeliz. Mais nunca mais nunca mais tive paz, o corpo dela esta enterrado no jardim.

Essas foram suas ultimas palavras, chamei a policia e encontraram seu corpo. Minha pobre Ana perdera o filho a quem eu matei e Sara lhe ceifara a vida. Louco de dor confessei ser eu o autor de seu assasinato. Peguei trinta anos e cumpri quinze anos, perdi a licença de medico. Meu pai morreu. Hoje aqui na ruina do lar que destrui, sinto a morte o cançer chaga destruidora me levarem. Lagrimas de arrependimento caem, sem eu poder controlar. Ultimamente sinto a presença de minha amada Ana, espero que ela tenha me perdoado.

Alesandra Cristina
Enviado por Alesandra Cristina em 08/06/2012
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