Olhos na noite
 
Tudo estava tão escuro. Tateei entre as trevas procurando um interruptor, mas de repente ouço um ruído, a princípio isolado, mas à medida que o tempo passava outros se juntavam a ele, mesmo sem poder enxergar nada senti que mil olhos me espionavam na escuridão. Meu coração gelou quando cheguei a conclusão do que me observava: eram elas! Criaturas rastejantes e imundas que aproveitavam a cobertura da noite para deixarem o submundo onde viviam e se alimentarem dos despojos humanos espalhando pestilência e levando terror as almas sensíveis. Sim, estavam ali, cercando-me de todos os lados, e eu estava sozinho com elas.
Senti que o ruído provocado por aqueles terríveis seres da noite se aproximava cada vez mais, elas pareciam rir de meu desespero na escuridão, ficando perigosamente cada vez mais perto. O pânico ia tomando conta de meu ser, o suor escorria de minha testa, sabia que não havia como fugir, em breve me depararia com um ou mais do maior e mais resistente inimigo da história da humanidade, um monstro asqueroso que esperava pacientemente a extinção do ser humano para cobrir o mundo com sua presença hedionda.
De repente senti as patas asquerosas de meu inimigo tocarem minha perna, haviam me alcançado!
Porém nesse momento a providência divina parece ter vindo em meu socorro, em uma última e desesperada tentativa encontrei um interruptor na parede, apertei e a luz foi criada.
E lá estava o monstro diante de mim, com suas patas cheias de garras, sua mandíbula brandindo em movimentos animalescos e seus olhos escuros a me contemplar, só quem passou por terror igual e  teve a sorte de sobreviver pode imaginar o medo que senti. Naquele momento não tive dúvidas, mesmo com todo o pavor que tomava conta de mim me armei do maior e mais pesado objeto que encontrei e com toda a força que tinha desferi um violento golpe contra aquela besta medonha e sai correndo me abrigando atrás de um móvel.
Com a respiração ofegante e as mãos tremulas reuni coragem e olhei para trás na esperança de ver meu inimigo morto. Infelizmente isso não aconteceu, mesmo com o corpo semidilacerado a criatura ainda rastejava a meu encontro. E se não bastasse ouço mais ruídos e vejo horrorizado que mais e mais inimigos se juntavam, eles se aproximam rastejando pelo teto e pelas paredes.
Não havia escapatória, elas estavam por toda parte.
Malditas baratas!
Luciano Silva Vieira
Enviado por Luciano Silva Vieira em 06/06/2012
Reeditado em 09/06/2012
Código do texto: T3709223
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