O Garanhão das Sombras- parte VI
Sob uma algazarra insuportável fui conduzido por guardas armados num carro puxado por cavalos. estava amarrado. As pessoas jogavam lama e pedras. A balbúrdia não era controlada pelos guardas zumbis, apesar da distribuíção de lançadas, chutes e cacetadas nos que tentavam se aproximar de mim.
Após longa caminhada fui largado num charco. O ambiente era sombrio, o piso limoso, maus odores invadiam minhas narinas. Uma escuridão, ali reinava. havia uma caverna numerada, e ali na parede tinha o meu nome, com a insignia O GARANHÃO DAS SOMBRAS.
Do nada, foram surgindos as mais bizarras criaturas sob o ambiente nebuloso. gargalhavam, diziam palavrões, alguns outros impropérios contra Deus.
- Ele chegou, o Garanhão das Sombras.
A velha bruxa, havia sido trazido de onde partira.
-ha, ha, ha, ha, ha, ha...Achou que ficaria no castelo das delícias. Lá so ficam os inocentes. Você, pelo jeito foi culpado.
Disse a velha, afastando-se.
Figuras estropiadas, desequilibradas desfilavam pelo ambiente. Alguns grupos faziam balbúrdias. cercaram uma jovem mulher, e ali, mesmo tirou proveito da mesma em sevicias impublicáveis. Grupos, outros se degladiavam em embates cruciais, violentos. Rolavam pela lama.
A luz do sol ali não chegava, era uma noite eterna. Não havia atividade útil. Ali, não tinha solidariedade, bondade, companheirismo.
Os anos se passaram, até que pude ver um grupo diferente, estranho que, vez ou outra fazia incursões por aquela região.
Andavam em grupo reduzido de componentes e protegidos por lanceiros vestidos á moda egípcia. Não davam atenção para os que pediam socorro. Chegavam e recolhiam alguns através de uma lista que traziam consigo.
Ora, se estou morto, como me sinto vivo. Caso viva um pesadelo, por que não acordo, não desperto? Então há vida após a morte do corpo e os descrentes, os pecadores, os sem religião vêm para ca?
Onde estou, quando vou sair daqui? Ou ficarei aqui eternamente?
Indagava-se, enquanto o frio da região aumentava de intensidade.