Boneco Maldito

Era uma manhã comum,

Mas uma estranha sensação

Sentia eu tão incomum,

Apertava o peito e coração

Lembro na noite anterior

De ter dado um presente

A minha filha com o amor

De meu carinho inocente

Seu aniversário já passado

Fez com que um boneco

Fosse as pressas comprado

Vestido com roupa e jaleco

Percebi que aquele brinquedo

Parecia trazer-me mal estar,

Com os olhos vítreos dava medo

Isso me haveria de ressaltar

Talvez por ser assim tão feio

Eu havia criado certo temor

Mas para um adulto o receio

É o início de tanto pavor!

Ao ver aquele brinquedo

Minha filha me viera abraçar

Desde o inicio da manhã cedo

Ela não parava de brincar

Como refém da hipnose infantil

Minha pequena não largava

O boneco como em estado febril

Sequer no jantar se alimentava

Meio cambaleante após acordar

Fui ao quarto da minha pequena

Queria somente me certificar

Que ela dormia calma e serena

Ao abrir a porta ela debruçada

Sob um extendido lençol,

Não parecia sequer acordada

No clarão forte do sol

Foi então que com a vista,

Vi a mancha de sangue no chão

E o boneco sentado avista

Estava sentado junto ao colchão

Tentei acordá-la batendo a porta

E o maldito boneco no mezanino,

Minha filha sem vida já morta

Jazia e o brinquedo foi o assassino

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 02/06/2012
Código do texto: T3701962
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