Boneco Maldito
Era uma manhã comum,
Mas uma estranha sensação
Sentia eu tão incomum,
Apertava o peito e coração
Lembro na noite anterior
De ter dado um presente
A minha filha com o amor
De meu carinho inocente
Seu aniversário já passado
Fez com que um boneco
Fosse as pressas comprado
Vestido com roupa e jaleco
Percebi que aquele brinquedo
Parecia trazer-me mal estar,
Com os olhos vítreos dava medo
Isso me haveria de ressaltar
Talvez por ser assim tão feio
Eu havia criado certo temor
Mas para um adulto o receio
É o início de tanto pavor!
Ao ver aquele brinquedo
Minha filha me viera abraçar
Desde o inicio da manhã cedo
Ela não parava de brincar
Como refém da hipnose infantil
Minha pequena não largava
O boneco como em estado febril
Sequer no jantar se alimentava
Meio cambaleante após acordar
Fui ao quarto da minha pequena
Queria somente me certificar
Que ela dormia calma e serena
Ao abrir a porta ela debruçada
Sob um extendido lençol,
Não parecia sequer acordada
No clarão forte do sol
Foi então que com a vista,
Vi a mancha de sangue no chão
E o boneco sentado avista
Estava sentado junto ao colchão
Tentei acordá-la batendo a porta
E o maldito boneco no mezanino,
Minha filha sem vida já morta
Jazia e o brinquedo foi o assassino