Dama de Copas: Um Ataque, e Uma Lição

Havia acabado de pegar no sono quando ouvi batidas insistentes na porta, estava exausta, mas parecia que alguém não podia esperar mais um pouco para me perturbar, eu estava precisando de descanso, mais acho que não iria conseguir naquela noite, como insistissem em bater na porta me levantei e fui ver quem era. Assim que abria a porta me deparei com uma Fabyanne, completamente pálida e desnorteada, a respiração acelerada, e logo ela desmaiou em cima de mim. Consegui segurá-la e levei-a até a cama deitando-a no lugar que eu havia me deitado, Wilton acordou um pouco confuso e quando viu Fabbyanne na cama ficou mais confuso ainda.

- Danielle, se queria que ela participasse da nossa festinha, era bom ter me avisado antes.

- Deixa de falar besteira Wilton, ela estava batendo na porta e quando eu abri ela estava muito pálida e assustada, e desmaiou sem dizer nada.

- Como assim? O que aconteceu?

- Não sei, ela apenas desmaiou.

- Não parece ser boa coisa.

- Também não gostei muito não, mas ela está apenas desmaiada.

- Bom, pelo menos não está morta.

- Wilton!?!?!

- Desculpa!!

- Por favor, chame a Grayce pra mim.

- Não precisa, eu acordei com a Fabbyanne gritando, mais não consegui decifrar o que era.

- Grayce, você ouviu o que poderia ser?

- Não muito Danielle, ela estava gritando com alguém sobre deixa-la em paz, mas não sei o que poderia ser.

- Bom eu vou deixar vocês aqui no quarto e vou procurar algum lugar para tentar dormir mais um pouco.

- Claro Wilton, acho que tem um quarto arrumado do outro lado da casa.

- Tudo bem, se eu não encontrar eu vou dormir na biblioteca mesmo.

Wilton saiu do quarto nos deixando ali sozinhas, eu tentava imaginar o que poderia ter acontecido para a Fabbyanne ter acordado tão alterada desse jeito e segundo a Grayce, ela estava gritando. Vampiro não poderia ser, a casa estava protegida, mas então o que poderia te-la atormentado tanto.

- Grayce, você faz alguma ideia do que possa ter acontecido?

- Nenhuma, mais tem como descobrir-nos.

- Como?

- Tem um conjuro que minha avó me ensinou que se consegue descobrir o que se passa na mente da pessoa, como se fosse hipnose.

- Por favor tente.

- Tudo bem, eu só preciso de algumas velas acesas em volta da cama e um pouco de água.

Providenciei rapidamente o que Grayce precisava e pouco depois ela já estava concentrada fazendo o conjuro, começou a fazer perguntas simples para Fabbyanne, tentando chegar até o que a havia atacado. Com perguntas simples Grayce conseguiu com que ela falasse o que a havia atacado.

- Quem você viu?

- Minha avó.

- E o que ela queria?

- Queria que me unisse a ela.

- Porque?

- Porque ela não pode mais fazer tudo o que precisa.

- Ela não pode mais fazer o que Fabbyanne?

- Muito difícil, feitiço muito complicado.

- Qual feitiço que ela não pode fazer?

- Proteger, ela não pode mais proteger seus senhores.

- Fabbyanne, o que exatamente ela te pediu?

- Proteger, ela não pode mais proteger.

Nesse momento Fabbyanne começou a ficar mais agitada gritando repetidas vezes que não podia proteger e levantou da cama quase caindo em cima das velas e ficou parada nos olhando, como se não estivéssemos ali, então como se uma outra pessoa falasse através dela.

- Parem, Fabbyanne é minha, é meu sangue.

- Dona Abigail?

- Sou eu sim, sua vampira intrometida, agora deixe minha neta vir até mim.

- Não, você a abandonou, e agora ela sabe de toda a verdade.

- Você não sabe de nada.

- Sei muito mais do que você imagina, e Fabbyanne também sabe.

- Você vai pagar muito caro por isso...

A voz foi cortada e Fabbyanne caiu desacordada no chão, corri para ampara-la e leva-la de volta à cama, quando me virei vi que Grayce estava com uma aparência cansada, coloquei Fabbyanne na cama e a cobri.

- Está tudo bem Grayce?

- Só estou um pouco cansada, fazer dois conjuros tão exigentes assim em pouco tempo me desgastou um pouco.

- Dois conjuros?

- Sim, enquanto você falava com sei lá eu quem eu estava fazendo um conjuro de proteção contra essa bruxa.

- Obrigada Grayce. Eu me esqueci completamente que Lestat tem a avó de Fabbyanne como aliada.

- Agora tudo faz um pouco mais de sentido.

- Como assim?

- Bom, enquanto estava fazendo o conjuro em Fabbyanne, eu estava sentindo que havia alguém tentando me impedir de fazer o conjuro, e logo em seguida aconteceu tudo isso.

- Pelo menos agora nós sabemos que a bruxa que está com Lestat está fraca.

- Minha avó está morrendo.

- Fabbyanne, está tudo bem?

- Sim, só minha cabeça está doendo.

- Você sabe o que ela queria?

- Sei sim Danielle, ela queria que eu me juntasse a ela para destruir você e quem mais tiver junto com você.

- Mais ela pode fazer isso?

- Não Grayce, ela está fraca, pelo menos fisicamente, ela não consegue mais se concentrar tanto para fazer feitiços que exijam muito dela.

- Mas mesmo assim ela pode fazer algo contra nós?

- Pode sim, pelo que eu consegui vislumbrar, ela está com uma bruxa muito jovem, ela está usando essa garota, mas se eu me juntar a ela, a ligação será mais forte por termos laços de sangue.

- Isso está ficando perigoso demais.

- Tem algo em mente Danielle?

- Tenho, mas vou precisar falar com todos. Grayce, por favor me ajude a acordar a todos e fale para irem para a biblioteca.

- Danielle, mas são oito horas da manhã, você falou que só iria acorda-los ao meio dia.

- Eu sei, mas as circunstâncias mudaram.

Grayce saiu do quarto e foi chamar os outros, acordei Eva e falei para ela ir para a biblioteca que precisávamos conversar. Meio a contra gosto Eva se arrumou e foi para a biblioteca, Fabbyanne parecia bem melhor, o susto parecia estar passando, então fui juntamente com ela para a biblioteca. Já estavam todos ali reunidos, todos com cara de sono e a aparência cansada.

- Me desculpem fazê-los levantar da cama tão cedo.

- Você falou que só ia chamar meio dia, não oito da manhã.

- Desculpe Thatyelly, mas aconteceu algo que foi preciso.

- Odeio acordar cedo.

- Eu sei Thatyelly, prometo que serei rápida, assim podemos todos voltar a dormir.

- Ótimo.

Narrei a todo o que havia acontecido momentos antes, e o que havíamos descoberto, Lestat havia atacado, não diretamente, mas se ele estava tentando pegar um de nós era porque ele realmente estava desesperado. Todos na sala continuaram mudos enquanto eu contava os detalhes, apenas quando terminei de falar Markus se manifestou.

- Não é de se espantar que Lestat esteja desesperado, pelo que você narrou quem o protegia não está conseguindo mais sucesso.

- É o que parece Markus, e é por isso mesmo que talvez tenhamos que apressar um pouco as coisas.

- Não. Não podemos entrar no jogo de Lestat.

- Mas, Markus...

- Vamos manter tudo com o combinado, se nos apressarmos, podemos por tudo a perder.

- Markus..

- Danielle, eu sei que está ansiosa para tudo terminar, mas não podemos deixar que Lestat nos apavore, é exatamente isso que ele quer.

- Eu concordo com o Markus.

- Você também Wilton?

- Me desculpe Danielle, mas acho que ele tem razão, não podemos nos apressar tanto.

Fui olhando para todos ali na sala e cada um que eu olhava me respondia a mesma coisa vamos esperar, eu não estava acreditando no que eu estava vendo, todos estavam contra mim, será que somente eu via o que estava acontecendo?

- Danielle, lembra de quando enfrentamos Christine?

- O que isso tem a ver Eva?

- Só atacamos porque você a conhecia muito bem e sabia da fraqueza dela, não podemos arriscar tanto com Lestat.

- Eva...

Eu não tinha argumentos, sabia que estavam certos, mas não podia admitir, não poderia mostrar fraqueza. Sai da biblioteca e fui para o meu quarto, me trancando sozinha ali, precisava pensar, precisava achar uma solução, escutei Wilton me chamando na porta, mas mandei ele embora, queria ficar sozinha.

Acho que acabei adormecendo e sonhando com Nola, e ela me dizia que me acalmasse porque era apenas o começo, e que deveríamos ficar juntos e cada vez mais unidos, pois isso ajudaria a derrotar Lestat.

Acordei assustada, com a voz da Eva me chamando, olhei para a janela e já estava escurecendo, havia dormido o dia todo. Mas agora eu sabia exatamente o que fazer.

Dani Moranguinho
Enviado por Dani Moranguinho em 30/05/2012
Código do texto: T3696990
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