Não Aposte Sua Cabeça Com O Diabo

Certa vez um amigo meu,

Apostara com o diabo,

Dizendo: - Dele ganho eu

No gamão, dama ou dado

Era um libertino bem sabia

E nas mesas de carteado,

Sempre em trapaça ganharia

Na aposta com o diabo!

Tudo que senão ele fazia,

Tinha que ter um

Com o capeta celebraria

Uma noite lembro-me bem,

Este fato enfim ocorreu,

Foi insano e digo-lhe além,

A mente jamais esqueceu

Caminhando na rua deserta

Com a luz a meio fio,

A noite negra assim desperta

Fazia-se escuro e frio

Um senhor de traje abastado

Fitou meu amigo ao passar

Olhou-o e ao muro recostado

Iniciou um breve dialogar

- Estive a tempo observando

Que o muro dessa mansão,

É alto e assim se elevando,

Não se pode pular o portão

Meu amigo de imediato

Respondeu-o com prazer

- Creio que este teu fato

É possível de se fazer

Só lhe digo o seguinte,

Antes que não se esqueça

Que esse meu requinte

Com o diabo aposto a cabeça

Se perder o nosso trato

Sua cabeça será o troféu,

Isto é real e este fato

Guardarei no mausoléu

- Pois bem que assim seja

Dou-lhe vinte reis de libra,

Se aquilo que tu deseja

Dentro de sua alma vibra

Volvi os olhos e lhe disse,

Que ao pular o vão fundo,

Não cresse na sua crendice

Pois se cair seria defunto

De nada adiantou- falar

Ele seguira sua intuição,

Correu e na hora de pular

Bateu-me forte o coração

Rodopiou todo o corpo,

E para sempre ele partiu

Na lança eu via-o morto

Quando sua cabeça caiu

Naquele instante pude claro ver,

Que aquele senhor de cajado

A cabeça decepada foi recolher

Era o velho e próprio diabo!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 30/05/2012
Código do texto: T3695717
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