Pesadelo

Acordei e mais um dia,

Abria-se sobre a persiana,

Dia belo de tanta alegria

Início de uma nova semana

Percebi que o corpo pesava,

E eu não me locomovia,

Com tanto arfar me esforçava

Sequer um pouco se erguia

Tentei aos poucos me acalmar

Talvez fosse o sono pesado,

Que logo viria então dissipar

Estaria por fim acordado

Mas não movi um membro

Nada nem sequer o dedo,

Que loucura e já me lembro

O horror se tornava medo

O pensamento corria veloz,

Gritei tentando ser ouvido

Das cordas vocais nem a voz

Parecia não ter-me saído

O suor frio me molhava,

Era esta a minha realidade,

Quem sabe talvez sonhava

Com uma louca fatalidade

Pensei que talvez um socorro

Alguém poderia me acudir,

Senão preso ao leito morro

Sem conseguir senão fugir!

Passei algumas horas assim,

Confortando-me na loucura

Seria este mesmo meu fim

Um defunto sem sepultura

Em seguida algo aconteceu,

Senti um clima entorpecido

Todo o corpo imóvel moveu

Fui ver o que tinha acontecido

Um calafrio percorreu a espinha

Caminhei vendo meu retrato,

O pânico como refém me tinha

Quando entrei naquele quarto

Vi um caixão próximo ao leito,

E minha esposa chorando,

Não lembro do que havia feito

Com uma voz só murmurando

Havia um senhor no caixão

O paletó que parecia o meu

A mente entrou em convulsão

O falecido na mortalha era eu!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 23/05/2012
Código do texto: T3683750
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.