A Noite dos Mortos Vivos
Ergueram-se das covas estranhas
Estes que um dia foram conhecidos
As roupas podres sem as entranhas
Eram cadáveres de antigos falecidos
Com violência abriam as suas campas
Movidos pela força sobrenatural
Abriam dos caixões na força as tampas
No demoníaco grunhido animal
Tinham no olhar um brilho diferente
E na demência uma fome animalesca
O semblante um horror tão demente
Visão apocalíptica da agonia grotesca
Mortos que caminham dentre ruelas,
Se alimentando do tecido celular
Espreitando as vítimas pelas janelas
No objetivo único de se alimentar
Da existência humana só as aparências
Restam para aqueles que amaldiçoados
Reféns do laço da morte e das demências
Por Satã essas legiões são então guiados
Atravessam cidades e procriam o horror
Devorando tuas vísceras, órgãos e corações
Na pele descarnada todo maldito terror
Bestas desprovidas de humanas emoções
Agora eu aguardo meu maldito destino
Sentado na poltrona com a farda,
Mesmo sendo homem sou um menino
Munido da minha nova espingarda
Barulhos de batidas na porta da frente
Os mortos estão prontos para invadir
À janela vejo a todos assim de repente
Não haverá maneira nenhuma de fugir
Derrubaram a porta e em montantes,
Invadem a sala que eu mesmo construi
Disparo algumas rajadas tão cortantes
Atrás de mim ofegante está um zumbi!
Dou um tiro certeiro perto do maxilar,
E caio no chão com muitos sob mim
Sinto os dentes começando a mastigar
O antebraço, meu joelho e meu rim...