A Noite dos Mortos Vivos

Ergueram-se das covas estranhas

Estes que um dia foram conhecidos

As roupas podres sem as entranhas

Eram cadáveres de antigos falecidos

Com violência abriam as suas campas

Movidos pela força sobrenatural

Abriam dos caixões na força as tampas

No demoníaco grunhido animal

Tinham no olhar um brilho diferente

E na demência uma fome animalesca

O semblante um horror tão demente

Visão apocalíptica da agonia grotesca

Mortos que caminham dentre ruelas,

Se alimentando do tecido celular

Espreitando as vítimas pelas janelas

No objetivo único de se alimentar

Da existência humana só as aparências

Restam para aqueles que amaldiçoados

Reféns do laço da morte e das demências

Por Satã essas legiões são então guiados

Atravessam cidades e procriam o horror

Devorando tuas vísceras, órgãos e corações

Na pele descarnada todo maldito terror

Bestas desprovidas de humanas emoções

Agora eu aguardo meu maldito destino

Sentado na poltrona com a farda,

Mesmo sendo homem sou um menino

Munido da minha nova espingarda

Barulhos de batidas na porta da frente

Os mortos estão prontos para invadir

À janela vejo a todos assim de repente

Não haverá maneira nenhuma de fugir

Derrubaram a porta e em montantes,

Invadem a sala que eu mesmo construi

Disparo algumas rajadas tão cortantes

Atrás de mim ofegante está um zumbi!

Dou um tiro certeiro perto do maxilar,

E caio no chão com muitos sob mim

Sinto os dentes começando a mastigar

O antebraço, meu joelho e meu rim...

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 17/05/2012
Código do texto: T3673588
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