Memórias de um Serial killer 10
Capítulo 9
Chega de divagações, afinal cada um tem seu próprio umbigo para cuidar, não é mesmo?
A mim cabe seguir a minha sina e continuar o meu trabalho, e foi assim que, após um período de saciedade a fome voltou a incomodar-me de maneira tal que chegara a hora de ocupar-me de encontrar uma nova candidata para libertar de sua devastada vida e prepara-la para seu encontro com a hora da verdade.
Dizem que pessoas como eu tem uma zona de conforto, um campo de caça particular, por assim dizer, mas eu não sou um exemplar comum de minha casta. O cemitério, por exemplo, fica no limite oposto da cidade, em relação ao meu abatedouro, meu trabalho e minha casa são distantes de ambos e meu território de caça é tão diversificado quanto o perfil de minhas vítimas escolhidas.
Nada dos estereótipos de perfis de seriais killers das séries e filmes de televisão, nada de corpos e bilhetes espalhados como desafio às autoridades, apenas o sigilo sagrado entre mim e minhas almas sofredoras.
Claro que vocês entendem que sem corpos espalhados não se descobrem facilmente crimes, quanto mais relacionar os desaparecimentos de pobres diabos esquecidos da sociedade.
Precisava agora selecionar minha próxima fonte de alimento, algo mais diferente e apetitoso, alguma alma mais plena de maldade, que carregasse pecados maiores do que a prostituta e o bêbado.
Alguém que assim como eu se alimentasse da alma das pessoas, em uma esfera um tanto quanto diferente.
Isso para mim significava que o cheiro de sua morte deveria desprender-se de seu corpo com muito mais vigor e intensidade do que
o de seus predecessores, até então.