No Despertar da Madrugada

Já se passavam algumas horas da madrugada, na minha cama eu permanecia imóvel mesmo tendo acordado sem motivo algum, não pretendia levantar, muito menos ver que horas eram, pois sabia que a luz do celular cegaria momentaneamente meus olhos, livrando-me do mínimo de sono que se pairava sobre mim. Minha mente voava longe, mil idéias e coisas que pretendia fazer para o outro dia. Como num reflexo movimentei minhas pernas quando senti que sobre minha cama subia algo. Pensei de súbito que poderia ser um dos meus gatos, dos tantos que tenho em casa, seguidas as vezes já os peguei tentando adentrar nas minha cobertas quentes e aconchegantes.

Após o movimento rápido não senti mais o pisotear leve do animal, mas percebia sua presença numa sombra ainda mais escura no meu raio de alcance ocular. Como não dei muita bola ao bichano, fiquei a pensar nos meus diversos deveres no dia que se aproxegava novamente. Quando realmente vislumbrei aquele borrão escuro debruçado sobre o prolongamento das minhas pernas estiradas sobre a cama, dei-me conta que ele lentamente se aproximava. Estranho, pensei por um momento, pois eu não estava sentido os passos dele tocarem sobre os lençóis, acreditei por fim que talvez o esperto felino estava minimizando seu peso para tentar aproximar-se despercebido. Como na minha primeira tentativa fora falha na expulsão do gato sobre as minhas cobertas, dei-me conta que assim que o mesmo chegasse mais perto, o pegaria de supetão e o escorraçaria dali com minhas próprias mãos, dando um fim a tal perspicácia animal. Quão insolente seria ele a tentar me enganar dando passos tão leves a fim de querer se aproximar do meu invólucro de algodão? Isso teria seu fim assim que chegasse perto o suficiente para acertá-lo.

Preparei então o braço para apenas um golpe, seria aquele que projetaria o bichano para o chão seguido de alguns xingamentos profanos para assustá-lo e tira-lo de vez do meu recinto. Ambos com movimentos leves preparados, eu para atacar, ele para adentrar, até o momento em que tive a oportunidade. ZUUUMPT!! Girei meu braço com tal velocidade que o vento sobre os meus ouvidos cantaram, entretanto, por puro pavor meu nada acertei. Impossível ele se tão rápido e ter se esquivado.

Pondo-me sentado sobre a cama fui a cata do meu celular, liguei a luz e me coloquei ao encontro do bendito gato, não encontrei vasculhando nos cantos, em baixo da cama e próximo a porta, que de costume estava fechada. Nada mais conseguia pensar, além daquele vulto que se aproximava e num piscar de olhos sumiu sem deixar rastro qualquer. Tudo que poderia me causar algum tipo de medo resolveu se acumular num único pensamento, me livrar daquela coisa era o que mais queria de antemão, agora com toda a certeza preciso livrar ela das minhas memórias para poder pregar os olhos para finalmente dormir e descansar para o dia seguinte. Cobri-me até o ultimo fio de cabelo, preparei minha única fonte de luz ao meu lado para que se ao pressentir qualquer movimentação, a minha primeira reação seria focá-lo com o forte irradiar luminoso. Após alguns minutos passados e escutando apenas o bater acelerado do meu coração, mantive-me mais calmo até que meu sono perdido voltou a me encontrar.

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*História baseada em fatos reais

Texto: Octávio Henrique Abbady

História: Carlos Eduardo Marciano Belizário

Oc Abbady e Carlos Eduardo Marciano Belizário
Enviado por Oc Abbady em 08/05/2012
Código do texto: T3656285
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