Vampiro
Defronte a cútis pálida e fria
Que a noite enfim descansa,
Da morte, tua fronte pendia,
No olhar mortal que se lança!
Ergue-te do túmulo aberto,
Com a sede mortal ao sangue,
Do inferno então desperto
No terror minha face langue!
E estes revoltos em brancura,
Junto aos caninos salientes,
Regresso da morte na sepultura
Vindo devorar os inocentes!
Era a visão do pânico noturno,
Que me banhava no despertar,
No silêncio d'um horror soturno
Esse fluido vital viera me sugar!
Mas este odor tão sepulcral,
Vem ao longe me perseguindo
O morcego criatura imortal
Quando ao leito vou dormindo
O desespero me amortalha,
E congela-me cada neurônio,
Em horror a alma se entalha
Ao fitar na noite – o demônio!
Adeus! Vou ter aos pés a cruz,
No débil ar que respiro,
Lento apaga-se o feixe de luz
Ao meu lado!O vampiro...
(...)