O Corvo

Sentando em minha frente,

Resguarda a mim o tesouro

Com teu olhar indiferente

Ave Negra! Maldito agouro!

Pousas então ao meu leito,

Com um sobrevoo noturno,

Levando a tragédia no peito

Neste teu silêncio soturno

E aqueles olhos nauseabundos

Que enlevam tanto mistério

Negros! Assim tão profundos

Fitavam-me no luto funéreo!

Entre as covas e erguidas cruzes

Tua penugem na escuridão

Emergia como no terror as luzes

Em tuas asas de negridão!

Era o horror! A fúnebre cruz,

Que pendia ao meu destino

Negra penugem na débil luz

Desgraça no fúnebre desatino

Lembra-te ave!Que esta trova

É o calafrio de um estorvo,

Que me sepultas na tua cova

Maldito tu és negro corvo!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 27/04/2012
Reeditado em 01/05/2012
Código do texto: T3635975
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