Amor mortal-continuação
Depois da injeção meu amigo só recobrou a consciência duas vezes. Eu estava atento e na última vez estava do seu lado. Carlos não conseguia mais pronunciar nenhuma palavra, mas por meio de gesto mandou que eu pegasse algo embaixo do seu colchão. Era um diário muito velho e trazia o nome de Melissa na capa. Dentro do caderno havia dois comprimidos de cor preta e Meu amigo fez sinal para que eu colocasse um em sua boca. Fiz como pediu, acreditando que se tratava de remédio contra convulsão, mas dois minutos depois de ingeri-lo Carlos cerrou os olhos e não mais despertou. Mais tarde Melissa e o sujeito que estivera ali anteriormente, entraram para leva-lo, mas o grito de ódio que ela deu mostrou que ele havia escapado de suas garras. Estava morto e não se transformaria em zumbi. Seu semblante calmo era como uma provocação. Levaram então outro rapaz. Comecei a ler o diário e descobri que Melissa e sua família pertenciam a uma seita que cultuava o demônio. Eles transformavam homens em zumbis e ofereciam para o diabo incorporar e com isso se misturar aos humanos, todas as sextas feiras. O corpo usado se autodestruía quando ele o abandonava. Em troca a família recebia riquezas e a promessa de viver eternamente. Todos os homens transformados eram jovens e dificilmente algum conseguia morrer sem virar zumbi. Por ser jovem e bonita, Melissa era a isca. Não sabia que remédio era aquele que meu amigo tomara, mas eu mantinha o outro á mão. Agora que sabia da verdade eu faria de tudo para escapar e contar a todos as atrocidades que aconteciam naquela casa, mas se a fuga fosse impossível, engoliria o comprimido. Não iria permitir que meu corpo virasse receptáculo do demônio. (continua)22/04/12