Amor mortal-continuação
Estavam todos mortos, exceto Carlos. Ao chegar mais perto, vi que ainda respirava. Não sei que trama diabólica estava acontecendo ali, mas sentia que se não fugíssemos agora, breve isso seria impossível. Sacudi o ombro de Carlos com força e já começava a me cansar quando ele abriu os olhos. Uma chispa de reconhecimento passou por eles. Falei da necessidade de escaparmos dali e quando eu disse que todos os outros estavam mortos, ele negou com a cabeça e me falou em sussurro a palavra zumbi. Minha cabeça queria negar essa verdade, mas os indícios eram grandes. Tentei levantar meu amigo para tentarmos escapar dali, mas Carlos afastou minhas mãos e com muita dificuldade para se expressar, disse que era tarde para ele e que eu deveria fugir o quanto antes. Foi minha vez de usar a negativa. Quis que entendesse que eu não sairia daquele lugar sozinho. Que um irmão não abandona o outro. Lágrimas escorreram dos seus olhos e ele falou que sua transformação estava quase completa e implorou para que eu escapasse. Perguntei então quem eram os responsáveis por aquela bizarrice e ele pronunciou: ”Melissa. família.” Tentou falar mais alguma coisa, mas nessa hora foi acometido por uma tosse seca e perdeu os sentidos. Passos estava se aproximando novamente, e para não ser pego me arrastei de volta á minha cama. Melissa se aproximou do meu amigo e grosseiramente verificou sua pulsação. Ao perceber que ele ainda vivia, xingou um palavrão e em seguida aplicou em seu antebraço uma injeção. Em poucos segundos Carlos começou a ter convulsões. Satisfeita a moça saiu e trancou o quarto. Aproximei novamente para tentar de alguma forma ajudar meu colega e notei horrorizado que seus olhos reviravam dentro das órbitas e que uma baba verde escorria de seus lábios. Será que a transformação estava se completando e Carlos estava se tornando um dos mortos-vivos? (continua) 22/04/12