Amor mortal
Nessa história que vou contar, sou um dos protagonistas. Consegui escapar, mas meu amigo não teve a mesma sorte. Ele encontrou a morte, no momento em que encontrou o amor. Carlos e eu éramos amigos inseparáveis. Crescemos juntos em um lugarejo pequeno e pobre. Seu pai sempre trabalhou viajando e nas suas constantes ausência era em minha casa, que tanto Carlos, quanto sua mãe passava a maior parte do tempo. Por sermos filhos únicos, gostávamos de imaginar que éramos irmãos. Sempre fiz sucesso com as garotas e aos dezoito anos já tinha tido diversas namoradas. Carlos por causa da sua timidez chegou aos vinte sem experimentar o sabor de um beijo. Era um cara boa pinta, mas bastava uma mulher sorrir em sua direção, para que ele abaixasse a cabeça envergonhado. Nunca fiz piadas com o seu problema e nunca tentei empurrar para ele alguma pequena. E confesso que fiquei feliz, quando meu amigo falou que estava apaixonado. Disse que era a moça mais linda que conhecera. Que ainda não tinham se falado, mas que ela sempre lhe sorria e acenava quando o via passar pela calçada. Fiquei cheio de curiosidade e aceitei passar com ele próximo a tal casa para vê-la. A garota era linda e sorriu para Carlos de forma tão espontânea, que não restava dúvida de que se enamorara dele. Incentivei meu amigo a falar com ela e logo os dois começaram a namorar. No início, ele estava radiante e falava o tempo todo sobre sua Namorada Melissa, mas com o passar dos dias se tornou taciturno, passou a faltar aos encontros e evitava falar sobre o namoro. Sua tristeza aparente me incomodava e por mais de uma vez pedi que me contasse o que estava acontecendo. Eu exaltava a beleza da moça e dizia que ele era um cara de sorte, mas Carlos balançava a cabeça em negação e não dizia nada. Um dia ele desapareceu. Fui ao seu trabalho e disseram que lá não estivera. Procurei por toda cidade e nada. Decidi então ir á casa da sua namorada. Bati diversas vezes na porta e ninguém atendeu e quando já estava indo embora ,Melissa apareceu na janela sorrindo, dizendo que ia descer para falar comigo. Era uma moça muito simpática, mas havia algo nela que desagradava. Não me convidou para entrar e notei que quando perguntei pelo Carlos, ela sorriu misteriosamente e olhou disfarçadamente para dentro da casa. Algo ali estava errado e eu precisava descobrir se tinha haver com meu amigo. A pretexto de me esconder do sol. Pedi para entrarmos na sala e meio aborrecida ela me deixou entrar. O ambiente era estranho e frio. Os poucos móveis que havia, estavam cobertos por lençóis. Como se ninguém morasse ali. Simulando sede pedi um copo com água e quando ela foi buscar visivelmente contrariada, abri a porta de um quarto próximo e o que vi, me deixou aterrorizado. (continua) 17/04/12