As Maldições de Mairiporã- Parte I
Mairiporã é um município de São Paulo com mais ou menos oitenta mil habitantes. Para muitos, apenas uma cidade de clima interiorano, mas para alguns moradores, motivo de muito mistério.
Como muitas outras cidades sofre os problemas comuns de seus vizinhos paulistas, mas para os mais antigos, Mairiporã sofre cativa uma maldição antiga, a qual não a deixa crescer economicamente ou vencer a corrupção.
Por volta de 1900 a população sofria nas mãos de alguns coronéis. Estes exploravam o povo mais pobre de forma cruel e sanguinária.
Mas surgiu um padre, o qual tomou as dores do povo. O vigário atacava ferozmente em seus sermões os poderosos da cidade, culpando-os pelos problemas sociais da população. Quando mais pregava, mais ganhava seguidores e consequentemente, inimigos.
Em certa ocasião, os coronéis maquinaram um plano. Chamaram seus capangas para que capturassem o tal padre e lhe dessem uma lição. Não era para matar e sim apenas dar um castigo para que o mesmo se calasse.
Entretanto, os capangas tinham seu próprio modo de agir, e após espancar o religioso, o amarraram em um saco, deixando-o na Serra da Cantareira para que ali morresse de frio e fome, e os animais dessem fim ao seu corpo.
Como que por milagre, o padre conseguiu se safar. Mesmo bastante ferido e debilitado, conseguiu caminhar pela mata até chegar à cidade.
Na escadaria principal, o vigário pronunciou uma terrível maldição contra aquele lugar: "Este lugar nunca vai sair do limbo enquanto não nascer um padre filho de Mairiporã".
Anos depois o vigário morreu.
Até hoje a cidade tem muitos problemas, o progresso chega aos arredores mas ainda passa longe de lá. As pessoas alegam que nada dá certo por causa da maldição do vigário. Também ainda não nasceu um filho de Mairiporã que tenha se tornado padre. O sacerdócio ainda é oriundo de outras vizinhanças.