12 de junho banhado a sangue (parte1-Sabor de Sangue)

Naquela noite 12 de junho de 1993, um grupo de jovens saía de carro de uma festa no Bairro do Recife pra ser mais preciso a festa ocorrera na Rua do Bom Jesus. Passaram pelas ruas se despedindo da lua e admirando a beleza das construções coloniais. Quando entraram na Ponte Mauricio de Nassau notaram uma mulher muito pálida com os olhos profundos de pânico na companhia de um homem de aparência estranha, estavam brigando. Pararam com certa distancia e todos se sentiam na obrigação de fazer algo, afinal ele estava á agredindo.

Estavam juntos dois casais, Mariana e Henrique que eram noivos a um bom tempo. Mari tinha uma amiga solteira a qual apresentou a Jorge amigo de Henrique. Nira e Jorge haviam acabado de se conhecer naquela festa, e agora à volta para casa tinha sido interrompida. O homem de pele opaca avançou na mulher apavorada segurou em sua cabeça e sugou seu olho mordendo em seguida sua sobrancelha enquanto uma quantidade assustadora de sangue surgia. Na tentativa de fugir ela escorregou e caiu e ele numa tentativa insana de segui-la se jogou.

Eles saltaram do veiculo e correram todos na direção do ocorrido, mas não havia o que fazer. Nem ao menos dava pra enxergar nas águas do Capibaribe escurecidas pela noite... Com uma tristeza profunda voltaram para o seu caminho. Desligaram o radio que no momento tocava “ouro dos tolos” do saudoso Raul, e durante todo o percurso não falaram nada. Só se ouvia o sutil barulho das lagrimas intercalados pelo rouco do motor. Choravam todos, pois era uma vida, uma vida que havia sido destruída e outra que se destruiu.

E os corpos vagaram até se decompor por completo depois de ter encontrado o mar.

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Exatamente vinte anos depois, se reunia em uma casa de praia de porto de galinhas o grupo de amigos que ainda recordava o acontecimento fatídico daquele “12 de junho” entre copos de cerveja e musicas de the Beatles, Guns'n'Roses, Legião urbana e Raul. Mas agora tudo havia mudado: Mariana havia tido uma filha no começo de 94, e se casou com Henrique pouco antes dela nascer. O outro casal também havia se casado, mas só 10 anos depois que se conheceram. Muitas outras coisas haviam mudado, não só suas aparecias, suas vidas, como também o mundo em que vivem... “Poderíamos ver uns dez se matando hoje que não nos comoveríamos tanto. Não é Ana?”, disse Henrique para a mulher que lhe respondeu sem muita satisfação: “Também não é necessário falar assim Amor, por mais que a violência tenha se banalizado, não é pra tanto. Vou subir pra pegar mais cerveja no freezer.”

Quando chegou ao 1º andar da casa. Escutou um grito de pavor de Nira, entrou no quarto e olhou pela janela o que estava acontecendo. Ficou perplexa ao perceber que um grupo de homens cambaleantes com feridas expostas e pele acinzentada havia entrado no quintal e atacado Nira. Pareciam estar mordendo-a, comendo sua carne de uma maneira tão selvagem que não pareciam humanos. Nem o mais violento dos humanos, seria capaz de um ato canibal tão agressivo.

Ela não sabia o que fazer estava paralisada diante da cena, “Ah! Graças a Deus Meu celular está no bolso” enquanto ligava para policia voltou a olhar pela janela. Então pode ver seu marido e o amigo saindo da casa, gritaram com os homens que eram uns cinco. Esses assim que perceberam a presença deles partiram pra cima. Não paravam por mais que recebessem socos e empurrões, continuavam á atacar com a única finalidade morde-los. Ela no auge do desespero desceu as escadas e se deparou com um ser sem brilho algum nos olhos... Tirou um quadro da parede e jogou no homem que nem piscou então ela correu para a cozinha pegou a maior faca que encontrou. “Preciso me defender, nenhum juiz me condenará por matar um monstro que ta tentando me devorar.”

A criatura entrou na cozinha e ela por puro extinto concentrou toda sua força em uma facada no pescoço quebrando-o. E agora com as mãos cheias de sangue espesso e nojento ela saiu para ajudar os outros, mas o que ela poderia fazer. Sua amiga de tantos anos estava de pé apesar de parcialmente devorada, eram mais de quinze mordidas ao longo do corpo em alguns trechos era possível ver o branco dos ossos. Os dois homens permaneciam deitados, em cada um se encontrava duas feras que distraídas com o banquete nem notaram a presença dela. Nira, porém caminhava ao seu encontro... Quando a amiga chegou perto dela ela sem se conter á esfaqueou no peito, essa por sua vez se inclinou em sua direção. E quando ela pensava que tinha que sua querida nira havia ganhado o descanso, se sentiu abraçada fortemente era um abraço frio. Então sentiu sua pele rasgar com uma mordida.

the end

Bela Pessoa
Enviado por Bela Pessoa em 12/04/2012
Reeditado em 28/09/2012
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