Eu sou a morte

Estou morta, mas não aceito essa realidade. Se minha morte tivesse se dado por doença, acidente ou velhice seria aceitável, mas fui assassinada. Morri no auge da minha juventude. Quando todas as possibilidades de um futuro feliz estavam ao meu alcance. Meu assassino julgou ter cometido um crime perfeito, afinal nenhuma suspeita caiu sobre ele e a polícia acabou arquivando o caso depois de algum tempo. Eu sou a vítima e a testemunha do que ocorreu naquela noite. Estava sozinha em casa, meus pais tinham ido ao cinema. Era perto das dez da noite quando desliguei a televisão e me recolhi ao quarto. Acredito ter dormido por meia hora e ter sido despertada por um barulho vindo do andar de baixo. No primeiro momento pensei que fossem meus pais retornando e comecei a adormecer novamente, mas um barulho mais forte me despertou por completo. “Por que será que estão fazendo tanto barulho?” Me fiz essa pergunta e então decidi descer para verificar. A luz da sala estava apagada e eu tinha certeza de tê-la deixado acesa. Confusa percebi a claridade vinda do escritório. Quando abri a porta me deparei com um sujeito estranho e a porta do cofre aberta. Fiquei paralisada enquanto o tal homem se aproximava de mim. Seus olhos transmitiam surpresa, raiva e luxuria e sem nada dizer me jogou no chão, e rasgou minha camisola. Nessa hora me refiz do choque, sabia que iria ser estuprada. Comecei a lutar para me libertar, isso o deixou mais excitado, então eu o mordi com força no rosto. O homem gritou de dor e por um momento me soltou. Aproveitei para correr, mas, ele puxou minhas pernas e bati com o rosto no chão. Nesse momento ouvi um palavrão e senti uma dor aguda nas costas e no pescoço, eu estava sendo esfaqueada. A escuridão tomou conta de tudo e me senti sendo puxada. De repente tudo clareou novamente, eu já não sentia dor e de pé eu observava o homem violar meu corpo caído e esvaindo em sangue. A realidade então me atingiu com força, eu havia morrido! (fim da primeira parte) 04/04/12