MISTERIOSO INFERNO
Ao leste nos ventos de monções uma pequena aeronave vôa baixo sobre o oceâno índico, lá embaixo nas imensidões dos mares, apenas o eco do trepidante motor indicava a presença do pequeno avião.
No emaranhado de ilhas, o piloto escolhe uma delas para o pouso de emergência.
O altímetro desceu a 500 metros e a rala vegetação distribuida entre a areia amorteceu a queda do avião.
Lentamente 11 pessoas deixaram o transporte semi-encoberto pela vegetação e foram para o vazio de uma praia, o cenário dalí era o de um mundo estranho, enormes pedras, areia e o céu...Uma neblina baixa vez por outra deixava a mostra ao sul algumas aves, e o profundo vazio silencioso.
Aos poucos foram providenciando abrigo, limparam em volta do avião, da fuselagem fizeram uma espécie de caverna, e a apenas 2 horas depois de pousarem ja haviam 4 deles explorando a ilha, primeiro ao sul...
Eram 4 pontos pequenos na imensidão da areia quando os olhos daqueles que ficaram por não poderem vê-los mais afastaram a visão para o mar, para os recifes de corais ao largo da costa.
A uns 50 metros de onde estavam avistaram algo boiando , aguardaram que o mar trouxesse o observado.
Quando a ultima onda tirou de um alagamar o objeto e jogou nas suas frentes, puderam ver...
O tecido que cobria aquilo era de um xadrez miudo, um pequeno corpo de 1,60 m de altura.
Arrastaram para fora da água e retirando o tecido de cima do corpo, ou do que restava dele não puderam verificar de que havia morrido, o fato é que veio do mar, se foi a ele jogado, ou se dele veio de algum naufrágio era um mistério...
A noite aproximou-se, e como o vento sopra da terra para o mar a noite, o equador dava uma temperatura agradável assim puderam passar a noite com algum conforto.
Mas os 4 que saíram para a exploração da ilha, não voltaram...
Nada podiam fazer só esperar...Durante a noite ouviram, grunhidos e sons que davam a impressão de que animais corriam em volta do avião...
Ainda pela manhã os expedicionários não haviam voltado, resolveram mais tres deles, irem a procura.
Mais uma vez viram os companheiros desaparecerem na curva da praia...
E estes quando terminaram de fazer a curva, viram salpicada a areia de pedaços de corpos, como se uma animal feroz os tivessem estraçalhados, nenhum com vida, nem sinal do predador.
Apavorados subiram num penhasco para avistar adiante, o que viram era só a imensidão de pedras, areia e rala vegetação...
No acampamento, providenciaram a reunião dos alimentos que ainda tinham no avião, daria para 4 dias no máximo...
Mais um dia a tarde chegou e a noite trouxe uma tempestade tropical, pela manhã a areia estava cheia de pequenos mariscos que aproveitaram crus mesmos, enquanto mais dois deles iam agora atrás dos que não voltaram...
A tempestade da noite havia enterrado sob a areia os restos dos outros sobreviventes da queda do avião, e por isso eles passaram por aquele local sem nada perceberem...
Mais adiante avistaram um totem e ao lado uma caverna, entreolharam-se, e afinal resolveram entrar na caverna...
Uma luz fina vinha do fundo da caverna, e serpenteando até a luz, uma pequena passagem com abismo dos dois lados, quando estavam numa dobra do caminho, avistaram a 10 passos deles um altar...
Sobre o altar os corpos dos tres companheiros...Retalhados e cada um com um punhal cravado no peito, logo acima deles, tochas...
De um lado e de outro do penhasco, largas portas se abriram, e horrendas criaturas, despejaram o hálito quente quase a altura de suas faces...
Do fundo da caverna, lentamente foi surgindo uma figura gigantesca e enfileirados atrás dele mais 5 colunas de homens com trajes negros e cabeças cobertas por capuzes.
De dentro de uma espécie de bolsa, aquele que aparentava ser o chefe deles, borrifou sobre eles uma névoa...
O som longinquo de trombetas foi o ultimo som que eles escutaram sobre a terra...
Na praia os dois ultimos sobreviventes, estavam dormindo durante a manhã, por terem passado a noite acordados, pelos constantes gritos ouvidos no escuridão da praia...
Não viram a procissão vindo a beira-mar, com cânticos e longas tochas...
Quando os estranhos aproximaram-se da fuselagem, baixaram 2 enormes gaiolas na areia,enquanto 4 deles foram buscar os sobreviventes...
Ainda dormindo os dois sobreviventes foram amarrados e trazidos à frente das grandes gaiolas...
Numa longa reza, enquanto andava de um lado para outro, o chefe deles, erguia constantemente as mãos para o alto, como a oferecer um sacrifício...
As duas almas ja sentiam o frio da morte, quando as portas das duas gaiolas foram abertas...
De uma só vez 2 dragões de Komodo voaram sobre eles, dilacerando os corpos na areia, em gritos alucinantes de dor...
A tarde caía e do alto daqueles paredões de pedras esquecidos do mundo, somente o som das trombetas eram ouvidos, a espera de outros sacrifícios...