O noivo zumbi

Meu gemido irrompe o sílencio da noite, estou preso nesta sepultura, ouço choro e lamentos ao meu redor, nunca fui um cara popular. Tive grana, nunca beleza. Eu só queria alguém para me fazer feliz. Marina foi meu amor, minha perdição, meu céu e meu inferno. Engraçado eu nunça me vi naqueles doces olhos verdes, seus cabelos que guardavam o calor do sol, tão loiros, sua pele tão macia, eu sempre a amei desde adolescente. Meu pai era presidente de uma multinacional, minha mãe uma belssíma dama da sociedade. Meus pais amavam o poder, o dinheiro nunca me amaram. Nunca tive amor, beleza tambem não. Eu tinha um metro e oitenta e sessenta quilos, usava horriveis ocúlos, meu rosto era coberto por espinhas. Era um nerd, meu pai faleceu quando eu tinha treze anos, logo assumi os négocios da família. Me transformei no que queriam que eu fosse. Conquistei com meu poder e dinheiro a mulher amada. Mal sabia eu, que ela amava meu irmão Rafa, eles planejaram minha morte, as vesperas do meu casamento fui sequestrado e morto. Marina não concordou em me matarem, só me darem um susto, meu ambicioso irmão a matou. Preso ao tumulo, meu desejo me fez retornar quinze dias após. Sim eu era um zumbi. Com a face recheada por vermes, com a ferida no peito exalando um cheiro de podridão eu arrebentei meu caixão. Sai tropego pelo cémiterio e pelas ruas andei, invadi minha velha casa com a sensação de odio me invadir. Meu irmão estava vendo uns relatorios, quando me viu começou a gritar, corroido pelo odío, torci seu pescoço e comi seu corpo. Fui atras do outros empregados e os matei. Logo voltei para minha sepultura, para o meu enfim descanso eterno.

Alesandra Cristina
Enviado por Alesandra Cristina em 10/03/2012
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