E agora são cinzas

A mulher parada sob o quadro de horários de partidas da estação Victoria, tinha um corpo achatado e retangular, um rosto duro como ferro. Seus olhos observavam os passageiros apressados, seus labíos se cerraram se reduzindo a uma fenda estreita.

Ela esperava o filho. Ela estava com os nervos abalados, o filho fora um adolescente e voltava um homem. Se formou na melhor faculdade, agora era um advogado de prestigio. Todo seu sacrificio valera a pena,

Mario voltava triste e sem esperanças, na velha mala levava o pior segredo de sua vida, a maldita da Lurdes em pedacinhos junto com o bastardo no ventre.

Mario era filho de empregada, d. Leda batalhou muito para dar o futuro que agora estava comprometido. A emoção se estendeu nas faces de mãe e filho, que romperam a saúdade num caloroso abraço. Um choro compulsivo banhou a face do rapaz.

Juntos se dirigiram a velha casa no suburbio, Mario pediu a mãe um tempo, quando ia descartar os restos de Lurdes no rio, um policial lhe deu voz de prisão o rapaz correu e levou um tiro certeiro no coração.

No dia seguinte descia a sepultura o corpo do rapaz, sem a presença de ninguem, só a mãe desiludida agora viveria as cinzas dos velhos sonhos para seu amado rapaz.

Alesandra Cristina
Enviado por Alesandra Cristina em 25/02/2012
Código do texto: T3520060
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.