Criatura noturna

Em uma noite de verão, numa cidadezinha do interior que estava em crescimento, em um barzinho de esquina, algumas pessoas curtindo a sexta feira a noite após o árduo dia de trabalho, havia uma mulher sentada perto do balcão esperando uma amiga. Enquanto isso ela tomava algo forte, ela precisava de algo muito forte. Ela precisava de se divertir. Em uma semana que não tinha sido fácil e cansativa. Acabara de se mudar porque conseguiu um emprego que tanto queria. E então mudança mais trabalho novo, trabalho acumulado do antigo empregado que largou o emprego há um mês atrás é igual a ser pesado e claro, cansativo. Já tinha vinte minutos que ela estava esperando a amiga dela, e nada. Olhava as horas no relógio e parecia que o ponteiro não saía do lugar. Emma – o nome dela – usava um traje um pouco forma, isso por conta das exigências do trabalho, o cabelo dela estava preso, usava um peep toe preto com uns detalhes em prata, que lhe custara o olho da cara. Enquanto ela esperava a amiga uns dois caras já tentaram conversar com ela, chamá-la pra dançar, mas ela nem deu atenção. Quando ia dando trinta minutos de espera, o telefone dela tocou.

- Alô? – Emma disse e depois fez silêncio para que a pessoa falasse. – Tudo bem então, pelo menos deu pra eu relaxar e descontrair. Espero que fique tudo bem na sua casa. – Mais uma vez um silêncio, e ela prestando atenção no que a pessoa que estava do outro lado da linha dissesse. – Então tá, depois nos falamos. Uhum, okay. Até mais. – Emma desligou o telefone e pediu mais um drink.

Enquanto isso, entrava um homem alto, branco, barba por fazer, cabelo preto até o ombro e meio bagunçado. Usava uma blusa social e por cima um sobretudo bem despojado e calça num to bem escuro e um sapato. Ele analisava todo o lugar, muitas mulheres e muitos homens, ele procurava por uma parceira para aquela noite. Ele sentia fome, sentou no balcão e começou a observar todas as mulheres à volta, gostava de olhar as que estavam dançando, sentia-se muito atraído por elas.

Emma que já tinha tomado todas ficou olhando para o cara bonitão que acabou de sentar do lado dela. Então ela sussurrou ao ouvido dele:

- Ei, bonitão, o que você acha da gente dançar?

Ele olhou para ela com um sorriso malicioso observou ela de baixo pra cima e de cima pra baixo, e então pensou, achei quem eu queria, perfeita.

Então começou a tocar a música Sweet dreams (are made of this) e eles começaram a dançar. Emma soltou os cabelos e se jogou na pequena pista de dança que começava a encher por causa da música que era bem agitada. O rapaz dançava com ela, mas sentia o desejo crescendo mais ainda dentro dele. Não demorou muito e eles estavam se beijando. Os olhos dele foram mudando de cor, ele olhava para o pescoço dela, podia ouvir o barulho do seu coração bombeando todo o corpo e podia sentir o cheiro. Ele queria poder tirar a vida dela naquele instante mesmo, mas seria arriscado demais. O barzinho foi ficando cheio, cada vez aparecia mais alguém. E Emma dançava toda empolgada e em algumas músicas até cantava junto.

- Vamos para um lugar mais calmo? – Perguntou o homem, quase que hipnotizando Emma com a sua voz suave.

- Pra onde você quer ir? – Emma queria ir, mas também queria continuar dançando.

- Não sei. Algum lugar onde não tenha tanta gente assim, onde possamos ficar só eu e você. – Ele sorriu e deu uma piscadinha para ela.

- Tá bom, vou só pagar a minha conta e pegar minhas coisas. – Sorriu.

- Ok. Vou te esperar do lado de fora.

Ele saiu e ficou pensando no sangue dela, e em como tinha conseguido uma presa tão fácil. Começou a rir sozinho e Emma apareceu.

- Do que está rindo? – Ela ficou olhando em volta.

- Nada. É só que eu sou um cara sortudo de estar com uma mulher linda como você.

Emma sorriu sem graça. Ele a puxou e a beijou, uma mão na cintura e outra na nuca. Depois eles se entreolharam, ela começou a perceber que os olhos dele estavam de uma cor diferente, mas pensou que pudesse ser bobeira, talvez fosse a iluminação. Ele a puxou pelo braço e ela perguntou:

- Para onde estamos indo?

- Vou te levar a um lugar especial.

Emma gostou de ouvir a palavra especial, mesmo que provavelmente ela não vá lembrar de nada depois do porre que tomou. Então deixou ser guiada pelo homem bonito e misterioso. Eles estavam de frente a um casarão antigo, provavelmente abandonado, a rua era deserta. Ele começou a puxá-la para dentro da casa e ela sentiu-se estranha e ficando com medo do que esperaria por ela. Porém ele tinha algo que a fazia ficar ali e ela não sabia explicar.

Eles entraram e apesar de por fora parecer uma casa relaxada, dentro dela era absurdamente linda, com móveis antigos em perfeito estado. O lustre que tinha na sala era a coisa mais linda que Emma já havia visto.

- Sua casa é linda. – Disse ela contemplando todo o lugar, abismada.

- Obrigado. Você quer beber mais alguma coisa?

- Não. Acho que hoje já foi o suficiente.

Ele sorriu. – Tudo bem então.

Ela sentou no sofá e continuou olhando ao redor.

- Era dos seus avós?

- Não, eu a comprei. – Ele foi se aproximando dela, até que sentou ao seu lado.

- E os moveis também? – Uma ruguinha apareceu no meio da testa de Emma.

- Sim. Veio tudo junto com a casa.

- Você deve ter gasto muito dinheiro com a casa.

- Bem, um pouco.

- Quando foi que você comprou a casa?

- Há muito tempo atrás. – Cada vez ele chegava mais perto dela. – O que você acha de voltarmos a esse assunto depois?

- Por que? – Perguntou assustada, mas com um sorrisinho.

- Não te trouxe para falar sobre a casa.

- Mas você disse sobre um lugar especial.

- Sim, essa casa é especial para mim. Muitas coisas já aconteceram aqui, são lembranças que a tornou especial.

- Então podemos falar sobre as lembranças.

Ele deu uma gargalhada. Ela não entendeu nada.

- Logo logo você vai entender, querida. Creio que não demorará nem um segundo.

Ele pegou na mão dela e beijou. Emma quis voltar ao momento em que ele convidará para ir para um lugar mais calmo e poder recusar. O jeito que ele a olhava estava deixando-a com calafrios. Emma que antes estava completamente nostálgica com a dança e depois a bela casa, estava agora totalmente amedrontada. Mas o rapaz era sedutor demais, ela não podia explicar para si mesma, o que ele tinha e como ele fazia isso. Em poucos minutos a cabeça dela foi virando uma bagunça. Ele a beijou e ela retribuiu. Ela gostava do beijo dele e do toque das suas mãos em seu corpo.

O vampiro começou a beijar o pescoço de Emma e cada vez mais o coração dela ia acelerando e ele ficando com o desejo pelo sangue dela, até que suas presas ficaram expostas e mordeu o pescoço da mulher e chupando todo o sangue, a vítima que ainda estava viva, percebeu o que acabara de acontecer, tentou fugir e gritar, mas foi inútil.

Quando ele terminou com a sua janta, pegou no colo e foi para o seu barco e quando deu certa distancia de terra firme, um lugar já marcado por ele por causa dos outros corpos, jogou Emma no mar. Sentou e ficou olhando para o céu com o sorriso, pensando no dia de amanhã, pensando em quem seria seu jantar, se o sangue seria tão doce quanto o de Emma.

Pamela Nantes
Enviado por Pamela Nantes em 25/02/2012
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