Sangue e terror na rua deserta

Sangue e terror na rua deserta

Jorge Linhaça

Rua estreita, silêncio profundo, só ouvem-se os passos d'alguém a correr no desespero de salvar a vida.

Tudo em vão, pois logo na esquina tapam-lhe a boca sufocando o grito, enquanto a faca afiada retalha-lhe as carnes.

A prostituta debate-se em vão, com precisão seu algoz encontra-lhe os pontos vitais.

Volta o silêncio na escuridão.Deixando o corpo inerte pra trás.

Abre-se o dia, expulsa as trevas, pessoas saem para cuidar da vida...um grito de horror se ouve vindo dali, no dobrar da esquina.

A cena terrível enfim vem a luz, a jovem morta e desfigurada, o sangue em poças a correr na rua levando a vida da pobre coitada.

Nada se sabe, ninguém nada viu, gela-se o sangue nas veias dos presentes, um ar gelado, de modo sutil, é o terror que alguém mais pressente.

O corpo frio, exangue, inerte, já mostra traços de ter rigidez,

os olhos abertos, arregalados, tornam-lhe a face uma máscara macabra do mais puro terror.

Sirenes se aproximam, polícia, resgate...nada mais pode ser feito...por fim chega o rabecão e leva o corpo naquele fim de tarde em que o dia amanheceu com mais uma paisagem de contos de horror.

Salvador, 25 de fevereiro de 2012