A árvore do enforcado
A árvore do enforcado
Jorge Linhaça
Balança no ar o estranho fruto
Preso ao galho por corda atróz
Em seu pescoço apertou-se o nó
Tirando a vida ao pobre defunto
Qual o mistério por trás desse vulto?
Qu'oje assombra a mim e a vós
Quem haveria calado-lhe a voz
Deixando ali o seu corpo insepulto
Desconhecido o corpo balança
Em um bailado de todo macabro
Quem lhe fará companhia na dança?
Quem é o próximo a ser candelabro?
Quem abandona de todo a esperança
Tem c'o diabo encontro marcado.
Salvador, 25 de fevereiro de 2012