O LADO NEGRO DO CARNAVAL
Numa época do ano em que a maioria das pessoas estão dominadas pela diversão e brincadeiras, elas se esquecem do lado negro do carnaval. Porém, há um ser que atento observa todas as almas, que estão brincando o carnaval, totalmente ligadas à carnalidade e bebedeiras e desconexas do mundo espiritual. Este ser é o Ceifeiro, o fiel subordinado da Suprema Morte, e que nestes dias de festas redobra a sua atenção às almas que logo serão ceifadas para as trevas.
O Ceifeiro caminhando por entre a multidão, que exalava o cheiro de suor e cerveja, ver um grupo de jovens totalmente bêbados. O ser espiritual percebe que a Suprema Morte os acompanhava. Mais tarde, quase na aurora, os bêbados em um total ato de irresponsabilidade, tentam retornar ao hotel em um opala negro possante.
O Ceifeiro os aguardava na curva, onde o seu trabalho seria realizado. O veículo negro vem deslizando pela estrada a mais de 130 quilômetros por hora. Dentro do carro a Suprema Morte ataca o condutor, ele sofre uma parada cardiorrespiratória, resultado da mistura de energéticos e bebidas alcoólicas ingeridas nas últimas horas. O automóvel não consegue fazer a curva, saindo da pista ele capota várias vezes. Os corpos mutilados são lançados um a um pelo ar. Ocorre uma sucessão de ossos quebrados, sangue jorrando e tecidos destroçados. As almas já desabitadas dos corpos enxergam aquela figura assustadora, vestida com um sobretudo negro, ela possuía um semblante pálido de um branco assustador. O ser da morte, armado com sua foice, uma a uma faz o recolhimento das almas desnorteadas. Todas elas choram horrendamente suplicando pelo que não poderia mais ser alcançado: o retorno à vida e ao passado para não cometerem o erro já consumado. O Ceifeiro entrega as almas às trevas e retorna para a sua labuta, para continuar a ceifa das almas marcadas pela morte naquele carnaval.