O voyer
No calçadão da quinze em Curitiba proxima a Boca Maldita é o local predileto dos jovens nos fins de semana para conversar.
Carlos adorava ver as pessoas passar de um lado ao outro. Solitario não tinha familia, todos haviam falecido a muito. A semana toda trabalhava e nos fins de semana ia para o calçadão ver a alegria alheia. Era um voyer sem coragem de viver sua propria historia.
Num fim de semana ao atravessar distraido uma rua foi atropelado vindo a morrer. Sem indentificação o corpo foi cedido para esposição no Iml.
O corpo foi preparado e posto de pé num vidro, o estranho é que seus olhos ficavam abertos o tempo todo.
Por muitos anos ele foi visto, dizem que a alma de Carlos continua a espiar as pessoas por não ter vivido sua vida.