O lamento da alma perdida

Já fazem cem anos que resido nem na Terra nem no inferno. Apenas vago pelos dois mundos. Sou um espirito errante ou alma penada. Nasci em familia abastada, sempre tive tudo o que quiz, menos minha prenda a dona do meu coração minha doce Beatriz.

Pela primeira vez me apaixonei, ela zombou do meu bem querer, ela casou-se com o meu irmão. Passaram a residir na fazenda dos meus pais. Com o orgulho ferido parti para longe do meu grande amor.

Fiz faculdade, parti um garoto voltei homem. Casei com a Maria uma doce amiga, mais jamais esqueci a minha Beatriz. Com minha esposa regresei ao lar. Para meu espanto meus pais haviam morrido a seis meses e não me avisaram.

A fazenda estava abandonada, meu irmão deu de beber e arrasou com tudo. Quando vi minha Beatriz meu coração se apertou, envelhecida ela me olhou com um olhar doce e vi um brilho de emoção por mim. Contive o impeto de abraça-la e jamais sair do seu lado. Peguei nas mãos de minha mulher e a apresentei.

Me tornei um outro homem mais maduro pelas vivissitudes da vida. Minha mulher cega pelo poder do dinheiro começou a mudar. Beatriz calada me dava coragem para viver.

Um dia meu irmão planejou uma tocaia e me matou. Com odio virei um vingador e o persegui. Fiz ele se matar. A cada vez que ele volta a carne eu o faço se matar. Sou um nada, distante do que fui, longe de quem amei.

Hoje me lembrei do meu amor, no inferno cansado chorei, de repente uma luz era ela me estendendo as mãos:

- Chega de odio meu amor, perdoa e vem a muito te espero...

Nos braços do meu amor encontrei meu paraiso.

Alesandra Cristina
Enviado por Alesandra Cristina em 04/02/2012
Código do texto: T3479313
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