O Bacanal dos Sonhos - O Granhão das Sombras III

Enquanto encontrava-me prostrado na cama simples a sono solto, o ruído das botas militares despertaram-me. A tranca da porta gemeu,a porta pesada foi aberta. Sem nada dizer, os guardas- zumbis entraram e, de pé lado a lado se posicionaram, sem dizer nem uma palavra - como parecia entender tudo, fiquei ao meio deles, seguimos pelos corredores escuros e mofados. É como se o tempo não tivesse passado, porém, ja me encontrava mais recuperado. Os gemidos, ao longe eram incessantes, também, escutava sons de chicotes e pancadas na pele. Ali, havia uma câmara de tortura, podia se ver.

Chegamos ao centro de um salão decorado com cortinas rochas e iluminado com tochas. À minha frente estava um grupo de senhores sisudos, vestidos com roupas que remetiam à antiga igreja católica. Mulheres sensuais dançavam ao som de instrumentos de cordas, atabaques e flautas. Algumas feras selvagens desfilavam pelo salão.

-Tragam o prisioneiro para o centro.

E, assim foi feito, sentei-me numa cadeira de madeira escura.

-Que se pronuncie, a primeira vítima.

E, acusações, das mais vis, foram feitas contra o acusado, eu, no caso. Estupro, cárcere privado, favoreciemnto á prostituíção e violências físicas e psicológicas contra incapaezes.

-Ele foi quem iniciou a minha filha no mundo da prostituíção - uma menina inocente e insegura. Quero a punição máxima para esse homem, esse verme.

E, por mais de cerca 3 horas, foram aparecendo pessoas e acusações, de toda ordem, todas ligadas ao sexo, à prostituíção, ao comércio do corpo para os prazeres insanos. Violências e até assassinatos - não me recordo de nada disso.

- Tragam as suas vítimas, as que ja se encontram fora da matéria densa. Levem de volta os de fios de prata para o orbe terrestre.

E, para o espanto do Garanhão das Sombras, ali, surgiram as figuras de aparência mais assutadora que ja havia visto ao longo de sua existência. Estavam acorrentadas as coisas que lembravam a figura da mulher. Tinham cabelos longos, em desalinho. A pele do corpo com pelos- lembravam bestas feras, não mais seres humanos. Olhavam para o réu com fúria. Soltavam grunhidos e largavam baba pelos cantos das bocas, que lembravam mais focinhos de cão.

Fim da Parte III

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 03/02/2012
Reeditado em 10/11/2012
Código do texto: T3479042
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.