A marionete

A Algum tempo houve uma história, uma daquelas que só ocorrem em pequenos vilarejos não mapeados.

Dizem que é mais fácil achar a loucura do que a razão plena, principalmente quando traumas nos envolvem em um ciclo de medo.

Em uma pequena loja, num pequeno centro,de uma pequena cidade, havia um velho, um velho ranzinza e “solitário”, só não era esquecido pelo tempo por causa dos marionetes que fabricava.

Pequenos humanoides de madeira maciça, eram crianças, palhaços, moças,rapazes e animais, todos com olhos de vidro e sorriso eterno.

Eram feitos para enfeite, já que nunca estavam à venda, alguns em tamanhos reais outros eram apenas bonecos, de fato o povo ao redor sabia pouco sobre o solitário artesão, que continuava com os negócios da família apesar de ter lucro nenhum.

Os únicos que ainda insistiam em saber mais sobre ele, eram as crianças enxeridas na época do Halloween, que faziam travessuras tacando ovos podres nas virtines da loja, mas uma certa vez algo mudou.

O filho do açougueiro, Daniel, era um garoto metido a valentão que cheirava a carne seca, na verdade a única coisa que era medonha nele era o maldito fedor. Saiu de sua casa por volta das dez da noite , máscara distorcida, camisa listradas e uma luva com garras de metal afiado, dissera ser seu personagem favorito para um de seus parceiros. Os três moleques pegaram tacos de base ball na garagem subiram nas bicicletas envenenadas e se perderam entre as outras crianças, que corriam pelas ruas em busca de doçuras, Daniel era diabético e roliço aos treze anos, por isso preferia as travessuras.

A loja do velho artesão ficava quase no fim da cidade eram boas pedaladas ate chegar.

O plano era simples, dois ficavam na frente enquanto Daniel ia por trás da loja para tentar entrar pela janela, mas ao chegar na janela percebeu que seu traseiro não iria passar, então voltou e mandou Mark o mais magricela ir em seu lugar.

Mark entrou estava tudo escuro, não havia lanterna nem nada , pegou o isqueiro de seu bolso, um arrepio subiu-lhe a espinha quando viu membros de bonecos por toda parte, a loja parecia está abandonada. Nas partes do fundos da loja,tinha um velho colchão, e ao lado da janela por onde entrara ,havia uma porta que por uma brecha deixava sair um pequeno trecho de luz, ele chegou perto para espiar, quando o velho abriu a porta.

Do lado de fora Daniel e Kayo estavam sem paciência deram a volta na loja e escutaram os gritos de Mark, os olhos arregalaram e ambos sairam correndo.

Daniel chegou em casa ofegante e suando frio pensando que era sua culpa, imaginando o pior, correu para seu quarto e pra la ele ficou.

No dia seguinte Daniel recebeu uma visita surpresa era Mark, com uma enorme caixa de madeira, ele estava estranho pálido , frio com olhos fundos e tristes, lhe entregou a caixa e foi embora derrepente como se estivesse fugindo de algo.

Curioso, Daniel abriu a caixa era uma marionete, mas não era uma qualquer, ela era gorducha e pesada, com uma mascara distorcida, uma blusa listrada e garras de metal afiado, sim, o garoto estava segurando sua imagem e semelhança da noite passada, engoliu seco e uma fúria tomou conta da sua alma, jogou o boneco no lixo pegou um galão de gasolina extra que seu pai guardava e foi em direção a loja:

-Este velho filho da puta pensa que me da medo, pois ele vai ver quem da medo!

As primeiras chamas se espalharam muito rápido, os bonecos viraram cinzas , Daniel estava com um leve sorriso no rosto, foi quando viu Mark pela vitrine da loja, abriu um berreiro da hora, gritou para que ele saisse a tempo , mas já era tarde a última coisa que ele viu o amigo fazer foi dizer "adeus!"

Os vizinhos chamaram os bombeiros e uma ambulância, Daniel tinha entrado em estado de choque entre as cinzas acharam o corpo de Mark, mas o corpo do velho não estava lá, o gorducho ficou louco e foi para o hospital psiquiátrico da cidade vizinha a sessenta quilômetros dali.

Anos se passaram, depois da tragédia, a loja foi reconstruída, com novos bonecos, e ninguém sabe como.

Uma nova família chegou na cidade, os vizinhos logo fizeram as honras em conhece-los melhor.Depois da troca de tortas e bolos, uma breve história sobre a cidade foi contada entre elas a da loja de marionetes.

A filha mais velha do casal Melany, de quinze anos, ficou encucada com a assustadora história, era uma boa garota, porém muito curiosa, tão quanto um gato

No caminho da escola ela passava pela loja e a cada dia a curiosidade era maior, e em uma chuvosa manha de segunda, ela matou sua curiosidade e quase a si mesma quando entrou na loja e se deparou com uma boneca que era seu clone,o rosto,o cabelo e os olhos, a sim, os lindos olhos azuis.

Melany assustada saiu correndo em direção a sua casa, chegou pálida como um defunto, sua mãe perguntou o que ela tinha e ela explicou o ocorrido, depois de lhe chamar a atenção por invadir a loja Joan foi com seu marido para conferir a "estória" da filha, eles não entraram, apenas checaram pela vitrine, e não havia nada além dos bonecos antigos e sinistros.

A garota não conformada por parecer mentirosa passou a noite pesquisando mais sobre a loja, e em uma de suas pesquisas achou algo falando sobre o incendio envolvendo Daniel:

-”O garoto de treze anos havia recebido um misterioso boneco semelhante a ele um dia antes do acidente....” Leu amenina.

No dia seguinte ao passar pela loja Melany evitou olhar pra a vitrine. Durante a primeira aula ela não conseguia se consetrar em outra coisa, passou o dia na biblioteca da escola pesquisando sobre bonecos e marionetes e achou algo interessante, em certas culturas e religiões antigas os bonecos são usados como objetos amaldiçoados.

Depois de um dia tenso Melany chegou em casa e sua mae lhe disse que havia uma surpresa:

-Olha o que deixaram pra você hoje de manha.

Era a sinistra boneca.

A menina puxou a boneca da mão da mãe e jogou no lixo foi correndo pro seu quarto, Joan batia na porta do quarto de sua filha para pergunta o que estava acontencendo , já estava assustada pela situação.

Melany entrou em desespero, e precisava de ajuda, pegou sua mochila e foi para casa do Fabian, o filho da bibliotecária, mas não havia explicação alguma, resolveram então procurar algo na loja, os dois entraram mas ainda não havia nada só velhos bonecos, o colchão e a porta da salinha dos fundos, que estava com a luz acesa e trancada. O velho artesão já não era visto por lá a anos, nem sabiam se ainda estava vivo.

Mal sabia os dois que o pior estava por vir.

Já era sábado, Melany tinha pedido para Fabian aparecer as nove em sua casa, mas houve um imprevisto, a mãe do garoto ligou para avisar que ele havia morrido, quando Joan contou para sua melany ela entrou em desespero.

No funeral, a menina ouviu uns boatos de que ele havia recebido um boneco parecido com ele, depois teve um surto achando que estava em chamas, começou a se arranhar de dor e acabou arrancando a pele do pescoço e quando chegou ao hospital, não resistiu.

Melany pensou por que ela não havia morrido, já que tinha alguns dias que havia recebido sua boneca.

Enfurecida ela volta para a loja e a maldita porta da sala interna estava trancada mas com as luzes acesas, ela empurra tentando abrir mas não consegue:

-Tem alguem ai? Pelo amor de Deus, o que esta acontecendo?

Mas ninguém respondia.A menina, chutava, gritava, chamava palavrão e quando desistiu e se escorou num canto escuro, a porta se abriu. Era uma sala grande, com mais bonecos enfileirados em caixas de vidro, mas esses eram diferentes, eles tinham nomes, em ordem alfabetica, e nomes conhecidos , como Fabian.

Ela chegou perto do boneco que era a cópia inanimada de seu amigo, chegou perto, bem perto, os olhos eram de vidro, bateu na caixa e a boca se abriu, e la do interior sairam vermes, Melany descobriu, que não era a marionete e sim seu proprio amigo.

Ao lado dele havia um caixão vazio escrio Melany, ela saiu correndo, foi para delegacia, mas é claro que não acreditaram nela, foi quando pensou "se o corpo de Fabian estava na loja, quem estava enterrado?". Ela não queria, mas a curiosidade ainda dominava foi ao cemitério da cidade, pediu perdão a Deus e desenterrou o caixão, no lugar de Fabian estava o boneco.

Melany chegou em casa aos prantos e falou para mãe que iria morrer, estava coberta de terra a mãe queria ir a loja para ver o que acontecia , mas a garota não deixou.

Então a menina teve a mesma ideia que começou com toda essa maldição, pegou um galão de gasolina e foi para loja, chegando lá um boneco com uma aparência velha estava sentado em sua mesa na sala dos mortos:

-Eu não queria moça, juro que não, mas algo me prendeu aqui, acho que foi o dia do Halloween, tenho quase a certeza de que este dia é tão amaldiçoado quanto os bonecos do velho Geremy.

O corpo que estava sentado e confessando os erros caiu e de trás dele sugiu um outro boneco, um magricelo, pálido e triste boneco de olhos fundos, era Mark ele começara tudo.

- No dia que vir aqui com Daniel e o velho dono da loja me assustou,sabe...! Era apenas uma travessuras mas acho que bati muito nele com o taco e ele morreu, então o deixei apodrecer nesta forma, como um de seus boneco, e venho fazendo isso com quem entra aqui.E sobre o Daniel, sabia que ele faria uma loucura, e ele me fez um favor, só não tinha ideia de que eu ficaria aqui, preso neste boneco, que por acaso, não tem nada a ver comigo.Era só uma brincadeira, desculpe, a maldição já existia, só que eu a piorei.

Melany deixou escorrer uma lagrima e disse:

-Eu te perdoou!

As primeiras chamas se espalharam muito rápido, o bonecos viraram cinzas Melany estava com um leve sorriso no rosto e Joan apareceu na vitrine viu sua filha em chamas junto com a loja dizendo o ultimo adeus!

É, existem coisas que não se consertam, maldições que nunca acabam, mas é papel do destino quem escolher, afinal Deus é bom demais para nos amaldiçoar, ou não?!

FIM

Thaísa Yukari
Enviado por Thaísa Yukari em 31/01/2012
Código do texto: T3471584
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