harakiri

num bosque frondoso

de verdes e marrões

um riacho

água caracol nas pedras

alouminhava beiras

húmidos canaviais

sobreiras e mato dentro

margaridas silvestres

o sol nos ninhos

dos passarinhos

e outros animais

as árvores

costumavam agrupar-se

pinheiros de queixumes

odes de loureiros

castinheiros courelães verdeais aveleiras

bétulas e vidoeiros brancos e prateados

rumorosos e animados

debatiam

um dia

sem aviso

a camélia foi dada a ferro

pela cintura

por um carvalho

e então

silêncio

o rio deixou de correr

como os carvalhos aprenderam

a derrubar árvores

não queirais saber