Dama de Copas: Voltando Às Origens
Fabbyanne e eu fomos até a sua casa para pegar algumas coisas que ela iria levar, enquanto ajudava ela a separar algumas roupas, encontrei no fundo do armário uma caixa que parecia ser bem antiga.
- Fabbyanne, o que é isso?
- O que Danielle?
- Essa caixa.
Puxei a caixa e a tirei de onde estava, quase no fundo do armário.
- Ah! Eu não faço idéia, pelo que eu me lembre isso fazia parte das coisas que pertenciam à minha mãe.
- E você nunca mexeu nisso?
- Não, pelo menos não nessa caixa.
- Posso abri-la?
- Claro, eu também estou curiosa para saber o que existe ai.
Assim que puxei a caixa para o quarto aonde havia mais luz, na tampa pude reconhecer um feitiço que trancava a caixa.
- Fabbyanne.
- O que? O que tem ai dentro?
- Não sei, mas acredito que voce deveria abri-la.
- E porque diz isso?
- O feitiço na tampa, pode ser dito somente por quem merece ter o seu conteúdo.
- E o que você acha que tem ai dentro?
- Não sei, Fabbyanne, talvez alguma coisa que sua mãe queria que somente você tivesse acesso.
- Bom, se não abrir eu nunca vou saber.
Fabbyanne, respirou fundo e repetiu as palavras ali escritas tres vezes até que a tampa se abriu e de dentro saiu um cheiro floral, que invadiu todo o quarto.
- Esse cheiro, é o cheiro das flores preferidas de minha mãe.
- Bom, então é realmente um presente dela para você.
Fabbyanne terminou de abrir a tampa e dentro haviam muitas flores agora já secas mas que ainda conservavam seu cheiro, embaixo da camada de flores havia um embrulho feito da pele de algum animal, bem branca, Fabbyanne pegou o embrulho e o olhou com curiosidade, descobrindo ser uma bolsa, ela a abriu e dentro haviam tres livros, com as capas do mesmo material da bolsa e por cima dos livros, havia uma carta com o seu nome, ela pegou a carta emocionada e a leu, quando terminou seu rosto estava banhado em lágrimas, mas as enchugou rapidamente.
- Voce tinha razão Danielle, essa é minha herança.
- E então, continua disposta a fazer essa viagem?
- Mais do que nunca.
- Porque?
- Danielle, essa era uma carta de minha mãe, aonde ela diz quem eu sou e qual meu legado, ela falou também o motivo desse feitiço, e pelo que ela diz, eu não vou permitir que minha avó tenha sucesso no seu intuito.
- Que seria?
- Elevar Lestat e Agatha a imortais sem nada que os possa matar.
- Fabbyanne, isso não é possivel, nunca poderia acontecer isso.
- Não de acordo com o que diz nessa carta.
- Fabbyanne eu não estou entendendo.
- Aqui nessa carta minha mãe conta que a muito tempo minha avó se associou a essas duas criaturas e elas lhe prometeram a imortalidade se minha avó lhes retirasse todas as fraquezas, e pelo que diz aqui isso será possível se minha avó encontrar a criatura que seja ao mesmo tempo vampira e wicca por nascença e a matar alimentando os dois até acabar todo o sangue dessa criatura.
Eu fiquei paralizada, a mesma criatura descrita no conjuro do livro de minha avó poderia matar Lestat e Agatha ou então lhes retirar todas as fraquezas, como isso poderia ser possivel, quem poderia ganhar com isso? Precisava falar com Conde Frostyn, talvez ele tivesse alguma resposta.
- Danielle, Danielle.
- Fala.
- O que aconteceu?
- Nada não, Fabbyanne, eu estava apenas pensando. Mas e então já separou tudo?
- Já, agora vem a parte chata de ter que colocar tudo nas malas.
- Deixa isso comigo.
Fiz um pequeno conjuro e em instantes tudo o que estava separado estava arrumado nas duas malas que estavam ali preparadas.
- Mas, como você fez isso?
- Depois te ensino, agora vamos pegar tudo e ir lá pra casa.
Saimos da casa de Fabbyanne, ela trancou tudo e olhou para a casa pela última vez, fomos para a minha casa e já na porta da sala pude ouvir Eva, Thatyelly e Jessy discutindo no quarto sobre como colocar todas as roupas nas malas. Na sala Conde Frostyn e Octavio conversavam sobre algum esporte. Fabbyanne e eu deixamos as coisas dela na sala e fomos para o quarto. Quando chegamos no quarto vi que praticamente todas as minhas roupas e meus sapatos estavam para fora do guarda roupas e as tres estavam discutindo o que ficaria com quem, e como elas iriam colocar tudo nas malas.
- Precisam de ajuda?
- É, seria ótimo.
- Então vamos fazer o seguinte, vamos separar as roupas em quatro pilhas, separando vestidos, saias, calças e blusas, depois eu coloco tudo nas malas.
- Eva, Thatyelly e Jessy me olharam desconfiadas mas começaram a separar as roupas, Fabbyanne e eu também começamos a separar as roupas e logo tudo estava organizado e separado.
- Bom e agora?
- Agora Jessy, nós pegamos aquelas cinco malas e colocamos tudo dentro.
- Não vai caber.
Eva, olhava tudo o que estava sobre a cama e todos os sapatos e olhava o tamanho das malas, balançando a cabeça de modo negativo.
- Não vai caber mesmo, tem muita coisa e as malas não são tão grandes.
- Cabe sim, abram as malas e pode deixar que eu guardo.
Com as malas abertas fiz novamento o conjuro e em segundos tudo estava dentro das malas, organizado e as malas só precisando serem fechadas. O quarto virou uma algazarra só e até Conde Frostyn e Octavio vieram ver o que tinha acontecido, quando viram que se tratava apenas de malas, sairam do quarto e voltaram para a sala. Pegamos todas as malas e levamos para a sala.
- Pronto Conde Frostyn, tudo arrumado.
- Bom, então precisamos ir que o dia já está quase clariando.
Pegamos tudo e colocamos nos carros que nos esperavam, Conde Frostyn fez questão que Eva, Fabbyanne e eu fossemos no seu carro particular, e Jessy, Thatyelly e Octavio foram no outro carro. Durante o trajeto até o aeroclube contei a Conde Frostyn o que Fabbyanne havia encontrado na carta de sua mãe e também falei sobre o conjuro que havia encontrado no livro de Nola, Conde Frostyn me surpreendeu dizendo que sabia sobre esses dois feitiços, e que existia apenas uma criatura no mundo com essas caracteristicas, quando o indaguei sobre quem seria ele apenas me respondeu tudo a seu tempo minha querida.
Chegamos no aeroclube e embarcamos no avião de Conde Frostyn, era um jatinho, muito bonito e confortável, logo tudo estava acertado e embarcamos rumo à Inglaterra, o voo não foi tão longo e logo estávamos em solo ingles, minha terra natal.
Já era de manhã na Inglaterra, mas para nos recepcionar a típica chuva inglesa, que deixava o tempo fechado e nos permitia transitar tranquilamente durante o dia, Conde Frostyn passou tudo rapidamente pela alfandega, sem ser necessario a apresentação de nossos passaportes e logo já estavamos a caminho de minha casa.
Chegando lá, de longe pude ver o jardim da casa, e logo mais adiante o bosque que cortava a propriedade, estava novamente na casa aonde passei a maior parte de minha vida.
- Bom, chegamos!
- Mas que casa linda Danielle.
- Linda e enorme.
- Que bom que gostaram, agora preciso somente avisar ao caseiro que ficaremos na casa principal e para podermos arrumar tudo.
- Caseiro?
- Sim Eva, tenho uma familia que mora aqui na casa desde a época do meus pais, os filhos cresceram e se casaram, mas sempre um dos filhos ficava aqui, e devez enquando eu venho para cá, para ver como está a casa e a propriedade.
- Nossa que legal, estou me sentindo em um conto de fadas.
- Bom com o tanto de vampiro, acho que seria um conto de terror.
Todos começamos a rir, e a brincar com suposiçoes de antigos moradores da casa. Enquanto eles olhavam os arredores da casa fui até a parte da casa aonde morava a familia que cuidava dali da casa.
- Milady!
- Não preciso dessas formalidades, como é mesmo seu nome?
- Jane, milady!
- Jane, então pode me chamar de Danielle, e sem nenhuma formalidade.
- Obrigada Mi... Quer dizer Danielle.
- Muito bem Jane, quem atualmente está como governanta da casa?
- Sou eu Danielle.
- Você?
- Sim.
- Mas é muito jovem.
- Bom Danielle, minha mãe morreu a pouco tempo e meus irmãos mais velhos todos se mudaram com as esposas para a cidade, ficando apenas eu e meu pai aqui.
- Então vamos fazer o seguinte, por agora voce só prepara os quartos que vamos precisar, depois vou com você até a cidade para podermos contratar mais algumas pessoas para fazer tudo o que é necessario.
- Tudo bem Danielle, já vou providenciar os quartos.
- Prepare a suite principal e os dois quartos adjuntos, e mais quatro quartos na ala leste da casa.
- Mais alguma coisa?
- Por enquanto não.
Jane saiu rapidamente e foi arrumar os quartos. Chamei todos para irem à bibliotecae assim poderiamos conversar sobre tudo o que precisariamos ali na Inglaterra, e também falar mais algumas coisas que seriam necessarias para a nossa estadia ali.