O REVEILLON

Nota da autora: Bom dia, espero que gostem do texto, não é muito realístico, já que foi um sonho meu (e meus sonhos não tem sentido) mas espero que gostem. Eu vou depois escrever uma continuação para ele. Eu queria agradecer à todos os elogios e críticas mandadas, e ainda desejar à todos vocês um ótimo ano novo!

Era o réveillon mais falado no mundo, aquela mansão era incrível, haviam quatro andares, do térreo podia-se ver o brilhos e o glamour de lá de dentro pelas extensas vitrines que só exibiam as pessoas importantes que estavam lá. A noite fria era de uma lua cheia maravilhosa, refletida no lago cristalino que havia na entrada. Uma natureza exuberante.

Famosos, pessoas milionárias, eu não era nada lá. Apenas uma garotinha na festa, mal sabia porque tinha que estar lá. Mas eu estava toda pomposa num vestido rosa bebê cheio de laços, cabelos escuros levemente cacheados e um sorriso cativante no rosto para não apanhar da mamãe, mexia no meu celular de última geração, já que não gosto muito de festas.

A madrugada se estendia, após o banquete foram todos para o jardim, lá era fresco e confortável. Foi então que se ouviu um estrondo, como se todos aqueles vidros quebrassem ao mesmo tempo. Apavorada corri para cima e me escondi numa sala fechada sem janelas ou vidros com uma grande porta de concreto. Ouvi pessoas gritando e um grunhido estranho. Após a casa ficar em silêncio novamente, adormeci naquele local com medo.

Fui andando até um local onde tinha uma janela. Fiquei agachada, observando lá fora. Parecia normal de novo. Recebi uma ligação, era um homem, não sei como ele sabia meu nome, ele disse:

- Ótimo a senhorita está viva. Sabe o que ocorreu noite passada?

- Não vi nada, senhor. – Respondi.

- Muitos morreram ontem, você deve ficar onde você está, assim você fica segura, não vá no jardim, nem na garagem e nem primeiro andar. Quanto mais no alto você permanecer, melhor. Ah, moça, há mais alguém com você?

- Não, estou sozinha. Mas me conte...

Ele desligou. Ouvi a porta de onde estava se abrindo com aquele rangido aflitivo, tremi por inteira.

- Menina, menina, fique calma. Não farei mal à ti.

Olhei aliviada, era a filha da dona da mansão, devia ser uns três ou quatro anos mais velha que eu. Ela segurou em minha mão e eu comecei a chorar. Levantou meu rosto e secou minhas lágrimas.

- Eu sei como sair daqui. Não é a primeira vez que vejo isso, temos que alimentar ele, encher sua barriga, com coisas cheirando à sangue, parecido com sangue. Ele ataca e come. Quando a fome cessar retornará para o lago, de onde veio.

Ela correu para um dos closets e achou sapatos pintados com manchas de sangue. Abriu o vitrô e arremessou-os no lago. Procurou, procurou, não achou mais nada parecido naquele closet. Desesperou.

Corremos para outros quartos e fomos procurando. Até que vimos uma mulher, perdida. Contamos o que acontecia para ela. Para ajudar na busca, que no fim foi totalmente fracassada. Deitamos em um lugar fechado e adormecemos.

Acordei com o barulho alto do secador de cabelo. Elas haviam acabado de tomar banho.

- Vocês ficam fazendo todo esse barulho enquanto há algo lá fora querendo nos devorar?

Ninguém se manifestou, saindo do banheiro passou um gato preto. Corri atrás do animal, agarrei pelo rabo e levei até as mulheres. Já era a próxima oferenda. Porém o assunto gerou polêmica já que o bichano era um ser vivo. Soltei o animal e ele desapareceu.

A mais velha fez a nossa comida, ela sabia cozinhar muito bem. E eu fiquei no meu celular já que tinha internet. As pessoas no MSN já sabiam do ocorrido, perguntavam como eu estava, como estava a comida, a água. Não sei porque, mas me batia uma impressão que nem a polícia, nem o governo iria fazer nada a respeito da nossa situação. Pessoas famosas falavam comigo, me mandavam sms, um deles foi um vlogueiro famoso, já tinha ele no msn, mas ele quase não falava comigo. Me desejou boa sorte.

A sorte não estava do nosso lado passamos o dia procurando mais coisas. Nada, nada.

- Não é possível, eu sei que tem mais coisa. – Disse a filha da dona.

- E se não tiver? – Perguntei angustiada.

- Tem!

- Não, não tem. O pouco de carne que achamos na cozinha já joguei no lago. Acabou, não há mais nada. – Disse a mais velha, e mais desesperançosa puxando-me pelo braço, e me levando para sentar.

Ela queria ir à garagem, lá estava a caminhonete dela, podíamos pegá-la e acelerar com tudo. Eu não achava uma boa ideia, mas fui com ela.

Chegamos no primeiro e caminhamos lentamente, com medo de que a criatura notasse nossa presença. Era muito perigoso estar lá. Os móveis italianos todos jogados e destruído, milhões de cacos de vidros pelo chão e havia sangue espesso escorrendo pelas paredes e em possas pelo chão. O cheiro era horrível.

Chegamos à porta da garagem sem sermos notadas. Abrimos lentamente. O chão daquele lugar estava forrado por um tapete de baratas vivas. E haviam algumas cobras peçonhentas também.

- Devem ser bichos da floresta. – Eu disse.

Ela ficou muda. Retornamos silenciosamente ao nosso quarto. Dormimos.

Era nosso terceiro dia naquele lugar. Fomos explorar o quarto andar. Pois só tínhamos procurado no segundo e no terceiro. Começamos a busca por comida, ou qualquer coisa parecida. Mas tivemos uma surpresa desagradável.

- Olhem isso, olhem.

Era um pequeno ser humano, aparentemente faminto pois tentava agarrar os seios da menina.

- Agora já chega. Se vocês querem sair daqui, temos que jogar o bebê e o gato. – Falei estressada.

- Não, calma. Ligue para polícia. Fale que tem uma criança aqui.

Eu disquei e falei nossa situação. Eles não iriam nos salvar. Só vão salvar se descobrirem o que é no lago. Tirando isso é muito perigoso arriscar militares em nossa busca.

Minha vontade foi de jogar o telefone longe. Nenhuma de nós tínhamos mais forças para procurarmos coisas. Deitamos lá no quarto andar, numa sala com uma grande vitrine, observamos o entardecer, elas adormeceram.

As horas passavam, o céu mudou do brando anil para o laranja incendiante que queimava o crepúsculo e assim sucessivamente para o preto sombrio que dizia que esta noite seria gélida, não haviam estrelas no céu, apenas a lua prateada, esta refletia-se no lago, não mais calmo. Uma serpente furta cor, pulando de boca aberta ela queria me atacar.

LuanaC
Enviado por LuanaC em 31/12/2011
Código do texto: T3415509
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