Encontro Marcado Parte 2
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- Castigo, como assim? Matei meu marido, perdi meus filhos, acha que vou viver? Já não é castigo suficiente.
- Não.
- O que será de mim?
- Você não quis ver o que estava embaixo de seus olhos, não protegeu sua filha e só se preocupou com a virilidade do seu marido, agora você nunca mais verá nada. Pra Sempre.
Nêmesis tira uma substância quente de um pote e avança na sua presa, acuada num canto. Derrama o líquido sobre os olhos da presa, que grita e urra de dor.
- Agora você viverá cega. Como deve ser.
Nêmesis escreve na porta, com sangue: Nêmeses, a inevitável.
E assim por longas noites, cada casa com sua sentença. Em poucos dias o terror havia se espalhado pela cidade. Todos tentando se proteger do inevitável, mas não havia como. Nêmeses era implacável, com sua justiça e terror sanguinário.
A noite estava escolhida, e o encontro marcado. Agora, a casa do Duque. Seguiu sorrateiramente pelas ruas negras, silenciosa... Só se ouvia miados de gatos e poucos bêbados. Ninguém ousava sair de casa a noite com a Nêmeses por ali.
Ao passar pelos guardas, que caíram com seu poder, ela seguiu até o quarto do Duque, que estava dormindo com suas mulheres. Nêmesis, matou uma a uma, não suportava gritos de mulheres desprezíveis.
Olhou para o Duque.
- Eu estava te esperando, doce Nêmeses.
Ninguém nunca a havia encarado antes, nunca a havia olhado nos olhos. Ele era tão forte.
- Eu também ansiava por esse encontro caro Duque. Afinal, depois de comandar a cidade do prazer, pensei em como mata-lo várias vezes, mas ao meu prazer...
- Mas você não veio aqui para me matar Charlise, veio para me conhecer... saber das minhas deliciosas palavras...
Mas como ele sabia da Charlise, quem era ela de verdade, não podia ser, não tinha como. Ela tinha uma missão.
- Não, a Charlise não existe aqui, nem suas palavras, nem seus encantos, porque a Nêmeses é a minha vida, a quem eu venero e tenha a missão de carregar o negro...
- Ah minha pequena, minha adorada, há muito que sei de você, que te observo com seus poderes enigmáticos pelas sombras, seus desejos de justiça, suas decisões fortemente tomadas... mas hoje é nosso encontro, nosso desejo... (avança para Nêmeses).
- Se há muito me observa você deveria saber que sou forte e inevitável, não há como escapar do destino e da sentença de uma Nêmeses. (ela recua)
- Há única coisa que não se pode fugir na vida são dos desejos, dos anseios, das vontades, e hoje você veio aqui satisfazer a sua curiosidade, jogar seu encanto e como pode ver, eu também não resisto a ele. (ele vai em direção a ela e pega na mão)
- Eu não fujo de desejos, eu os encaro, os domino, faço a estratégia e sigo as minhas vontades. (ela pega na mão dele)
- Mas então, doce Charlise, hoje encare seu desejo, me encontre, eu estou aqui.
Ele avança para ela com todo desejo e fúria e se amam loucamente.
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Charlise acorda e levanta da cama. O Duque repousa suavemente ao seu lado. Ela pega uma taça de vinho e caminha em direção a ele.
-Acorde Doce Duque...
- Minha adorada, você está ainda mais bonita...
- Vinho?
- Doce, como você...
- Nem tão doce meu amor, nem tão suave, nem tão seco...
- Realmente não há nada mais doce que você.... (tosse um pouco)
- Só há algo mais doce que eu, e mais saboroso.... a morte.
Ele começa a tossir e convulsionar, o pozinho branco já começava a fazer efeito e correr pelo seu sangue... Era simplesmente inevitável. Ele rastejava, procurava por ar, tentava se levantar, olhava para ela ansiando uma explicação.
- Esse veneno vai paralisar primeiro os seus membros, depois seu pulmão aos poucos até você ficar sem ar, aí seu cérebro fica sem oxigenação e seu coração para. Não é você que tirava “ar” das mulheres?
O Duque já não andava, caído no chão tentando gritar, falar, respirar.... até que... morto.
Nêmeses pegou o corpo do Duque e levou-o aos seus gatos em seu castelo. Agora ela baqueteia com Charlise a sua doce e desejosa vingança.
Nêmeses, a inevitável.