:::: Depois da Meia Noite - Cap.3 :::
Oiii :)
E aqui está mais um capítulo dessa historinha macabra.
Espero que gostem e, se puderem, comentem.
Abraços e Beijos, Ana.L.
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"Foram as escolhas deles que os trouxeram aqui."
[O Demônio]
Cap.3
Maurício caminhava rumo a cozinha um pouco apreensivo, olhou para a pia e viu que havia alguns copos ali, resolveu pegar um para enxaguá-lo. O copo já em suas mãos, tremia junto com seu corpo, fazendo respingar água por grande parte do assoalho escuro e barulhento da casa.
O silêncio era mortal, nada se escutava lá de fora e nem Maurício conseguia ouvir algo estando ainda dentro da casa. Nenhum sussurro, nem um som sequer. Tudo caminhava silencioso, ele olhou o relógio no topo da parede bem pintada da copa e constatou: Meia-Noite em ponto. Bebeu um gole de água que lhe pareceu descer como ácido por sua garganta seca e apertada de medo.
Permaneceu ainda por alguns instantes olhando os ponteiros caminharem segundo após segundo, até que se virou para ir pra varanda, mas algo o deteve. Um som muito fino como de um ranger de portas veio do fundo daquele corredor gigantesco e extremamente assustador.
Uma parte de Maurício queria correr, contudo, seus pés pareciam não obedecer sua razão. A vontade de sair dali não foi o bastante para impedir que ele avançasse em direção ao longo corredor. Seus passos eram lentos, porém fortes. O assoalho vibrava a cada passo que dava adiante.
-De onde vem esse som? O que será? - sussurrava a si mesmo.
O barulho parecia aumentar, a porta estava bem perto. Ele olhou para trás, não havia ninguém. Seu coração pulsava junto com o ranger estranho. Passou pela porta entreaberta do quarto de Ana, mas continuou sem recuar.
E com a proximidade, o copo ainda em uma das mãos, esticou o braço vazio em direção a maçaneta desbotada. O som ainda era perceptível até que ele criou coragem e abriu a porta num súbito movimento. Sua respiração era ofegante, o quarto estava escuro, não entrou até que conseguiu tatear o interruptor e acende a luz. O som cessou.
-Legal.... -Sorriu debochado.
O quarto era grande e todos os móveis eram absolutamente antigos. Em uma das paredes havia um espelho gigante e emoldurado por madeira maciça. Era tudo de muita boa qualidade, porém antigo e empoeirado.
-Será que esse é o quarto do avô da Ana? - Maurício falou entrando e andando pelo quarto até chegar em uma escrivaninha.
Aproximou-se de alguns papéis que estavam encima dela e começou a mexer. Havia alguns livros, viu um de capa preta com titílo escrito em grandes letras douradas.
-"O Livro das maldições!" - Falou para si mesmo, com a voz trêmula - Meu Deus... O que é isso?
Quando ele olhou melhor para a escrivaninha viu vários objetos estranhos: Um crânio médio e totalmente preto, fios de cabelo em alguns pacotinhos transparentes, unhas e o pior: um vidrinho cheio de um líquido vermelho escuro. Maurício de repente se desesperou, mas quando se virou para ir embora a porta bateu com força.
-Ah não! - Falou indo em direção a porta - Eiii GALERAAAA, ABRAM A PORTA! GALERAAA!
Olhou melhor para o quarto com pavor e voltou a gritar:
-GENTE, ISSO NÃO TEM GRAÇA, ABRAM ESSA PORRA DE PORTA! - Continuou gritando até que a luz se apagou num blackout - PORCARIA, isso não tá acontecendo!
Ficou intacto no lugar em que estava, o coração em descompasso enquanto sua respiração parecia faltar. Então sentiu um vento passando ao seu lado, o fazendo arrepiar dos pés a cabeça. De repente, lhe veio uma terrível sensação de que não estava sozinho. Odiou pensar nisso, mas aquele vento era assustador, como um sussurro bem ao pé de seu ouvido.
-Quem tá aí? -falou olhando para os lados, mas apenas enxergando aquela escuridão absoluta. Ouviu então cair algo no chão - Eu tô te escutando, quem ta aí? Me responda!!!
-Mauríiciioooo... - Uma voz sussurrou de forma macabra e terrivelmente assustadora.
-Aiiii ... Não me responda não! - Maurício falou batendo na porta.
-Mau-rí-ci-oooo..... - Sentiu que a voz chegava perto.
-Me deixe em paz, me deixa sair... GALERAAAA!
Um silêncio tomou conta do quarto, não por muito tempo. Maurício respirou fundo, encostado na porta, se virou para ela tentando inutilmente abrir a maçaneta, mas a porta nem se mexia. Estava concentrado quando de repente sentiu seu corpo pesado. Sentiu uma mão subindo por sua perna, com unhas afiadas que o arranhavam por cima da calça jeans. Então, a força daquilo o jogou ao chão, fazendo com que ele batesse a cabeça em algum móvel.
-Ai! ME DEIXE EM PAZ! - ele gritava.
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-Galera... será que o Maurício está bem? - Ana perguntou - Faz tempo que ele está lá dentro...
-É verdade! - Iuri falou - Será que ele encontrou a cozinha? - perguntou rindo.
-Ah eu tô falando sério Iuri... Acho melhor ir lá ver o que aconteceu...
-Ai Ana, espera mais um pouco, ele deve estar vindo já... Vamos continuar o jogo...
Me sentei novamente, ainda preocupada com ele.
-Tá bom...
-É sua vez Fabiana! Jogue...
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-SOCORRRO..SOCORROO..
Maurício se debatia tentando se desvincinhiar daquilo que ele mesmo não sabia o que era, mas tudo era em vão.
As mãos afiadas começaram a subir até que chegaram em sua garganta, um grito de dor ecoou para logo em seguida o silêncio permutar pelo quarto. Maurício ainda conseguiu sussurrar:
-Por favor, me solteee...
Mas aquele ser forte pressionou Maurício contra a parede o levantando até um fio de televisão que estava suspenso. Não havia mais o que fazer. Só se escutou um gemido.
Fim de jogo, para Maurício.
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