Encontro Marcado Parte 1

*Voltei, depois de um século, mais uma história da nem tão doce Charlise...

Nêmesis, em sua longa caminhada, após a separação dolorosa de ares, tinha ficado mais resistente, afinal pensou ela “o que não mata me fortalece”, e nada podia parar o seu destino, nada podia impedir que a sua força determinasse a justiça, que ela terminasse sua missão, e aquilo pra que ela tinha sido destinada, criada, a Charlise era só uma fraca lembrança...

Depois da morte precisa de Ares, ela continuou a sua jornada de sacrifícios, limpando a terra com o sangue do pecado, da escuridão, das almas daqueles que não mereciam viver. Cada morte era de acordo com o sofrimento e a vida de pecado daquela pessoa. A noite era calma, silenciosa e muito convidativa.

Em uma destas buscas pela sua missão, Charlise encontrou em uma cidade perdida e esquecida pelos Deuses, onde homens e mulheres se entregavam ao seu prazer e seus costumes, cheia da luxúria e usuras, comandada por Duque Argos.

Charlise então escolheu uma casa escura no fim da trilha pra encontrar Nêmeses, e fazer aquilo que era destinada e treinada a fazer. Estudou a cidade, seus habitantes e todos seu pecados. Arquitetou seu plano justiceiro, colocou sua roupa negra, símbolo das Nêmeses, e traçou seu plano. Desde a primeira casa, até a última, que era a do Duque Argos.

Na primeira noite, ela entrou na primeira casa, todos dormiam, e Nêmeses procurou pelos donos, que repousam no quarto, entrou sorrateiramente, como bem sabia fazer, amarrou-os na cama, bem forte. Seguiu para o outro quarto e pegou o único filho do casal, levou-o para o quarto, e claro, os pais acordaram com o choro da criança...

- Aqui está o meu jantar da noite! (risadas e olhar frio de Nêmeses)

- O que você está fazendo, quem é você? Largue meu filho! (pais desesperados)

- Sem apresentações, sou Nêmeses, a inevitável, e hoje você vai ver como é matar uma criança. Já que você bem sabe, não é?

- Do que você está falando, larga meu filho! (pai desesperado).

- Sabe, essa cidade é engraçada, mesmo com tanto prazer, sem regras, as pessoas ainda vivem a hipocrisia de uma sociedade ajustável não é pai? (Ela pega o filho e aperta levemente seu pescoço, ele suspira fundo, rouco).

- Mas que diabos, larga meu filho sua maluca! (pai ainda mais desesperado, mãe chora ao lado).

- Então, pai você se lembra da doce Elizabeth, não lembra, sua primeira filha, não lembra?

- Como você sabe disso? Lembro, ela morreu acidentalmente, afogada.... (pai abaixa cabeça).

- Minha filha se foi, era tão doce, tão linda.... (mãe soluça).

- Então, doce Elizabeth, pele branca, uma coelhinha não é Pai? (Agora Nêmeses olha profundamente e aperta ainda mais a criança, que suspira procurando ar).

- Você é maluca, me solte e largue meu filho! (pai grita).

- Não vou soltar, e agora você vai ouvir uma história: Começa com um pai que ama muito uma filha, tanto, que adora a pele branca, os cabelos dourados, sua juventude, seu corpo macio, e que gentilmente a chama de coelhinha. Mas esse pai, é mau, ela quer a coelhinha pra si não é mesmo? Protegê-la... (Nêmesis com voz forte).

- Para com isso, para com isso (pai balbucia)

- Mas que historia é essa? Meu marido amava nossa filha, largue meu filho, largue!

- Amava tanto, que a violou, maltratou, abusou e se deliciou em todo seu corpo não é mesmo pai?

- Para com isso, eu só queria ser o único pra ela, eu a amava....

- Meu Deus o que é isso... não pode ser verdade.

- Deus não existe agora, até o final dessa história... Porque o pai pegou sua coelhinha e a manchou do seu veneno, a fez reproduzir, e quando descobriu, a fez nadar profundamente no lago, matando seu pecado e seu fruto que estava no ventre... E hoje vai pagar por isso.

- Meu Deus, você é um monstro! Eu vou te matar, me solta!!! (mãe desesperada).

- Não era pra ser assim, não era.... me solta. (pai gritando).

- Mãe, doce mãe, agora você tem a chance de libertar sua filha perdida, e vinga-la. Tome isso, e vou te soltar. (Nêmesis entrega uma faca pra mãe).

A mãe é solta e diante de toda a fúria, começa a furar o assassino da sua doce Elizabeth, enquanto escuta sons e gritos, pedidos de socorros da sua querida filha. Foram tantas facadas, que o que restou na cama, foi apenas uma massa morta. Porém, enquanto isso, ela não percebeu que Nêmeses enforcou a pequena criança.

- Mas o que você fez? Meu filho, eu matei o assassino, só ele merecia morrer, meu filho, você matou, por quê? (mãe grita desesperada).

- Alma pura, preciso matar de uma vez, sem sofrimento, não merece viver nessa podridão.

- Não entendo como não puder ver tudo que aconteceu, não entendo!!!

- Te explicar eu não posso, mas sempre sei de tudo, e claro, agora seu castigo...

Continua....

Charlise de Orleans
Enviado por Charlise de Orleans em 21/12/2011
Código do texto: T3400028
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.