::: Depois da Meia Noite - Cap.2 ::::

E aqui está o segundo capítulo do conto. dedico ele a todos os meus amigos que estão protagonizando-o e desde já aviso: Desculpe-me Maurício, mas é o jogo ;)

Abraços e comentem se puderem. Ana!

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“Olá jogadores, Bem vindos ao jogo, aqui é viver ou morrer, façam suas escolhas...”

[Jogos Mortais]

Fabiana abriu o portão para os meninos. Iuri apareceu na porta da sala com uma caixa roxa escura nas mãos e um sorriso malicioso.

-O que é isso? – perguntei.

-O jogo... – Ele falou sentando-se ao meu lado – Ou você achou que eu estava brincando?

-Não vou jogar isso... – Falei me levantando e indo em direção a Milena.

-O que tem demais nisso Ana? É só um jogo...

-É Ana... – Maurício Falou – Vamos jogar só uma rodada... O que você me diz? Hum?

Estávamos em círculos, alguns sentados nos sofás, outros encostados nas paredes. As meninas me olharam com um olhar que consentia e renegava ao mesmo tempo, não queriam passar a idéia de que eram fracas e me levaram junto nisso.

-Está bem... – Falei notando que eles riam – Mas só uma vez... Já vou avisando...

-Claro...

Pegamos algumas almofadas grandes e já estávamos sentando no chão quando Carlos sugeriu:

-Porque não jogamos lá fora?

Todos olharam surpresos, engoli a seco, hesitante.

-Boa idéia... O clima está perfeito.

-Perfeito? Está frio aqui dentro, imagina lá fora...

-Ah Ana para de ser do contra... Vamos nos divertir um pouquinho...

Iuri falou me pegando pelo braço juntamente com sua almofada e me carregando para fora do casarão. Havia um grande jardim na parte da frente e dando a volta na casa chegamos aos fundos, lá tinha uma varanda que ficava bem distante da casa em si. Era um lugar pouco usado pelo meu avô, cheio de ferramentas e mal cuidado.

Colocamos as almofadas em círculo e sentamos. Todos estávamos apreensivos e com frio. O cachecol que eu estava usando não era suficiente, pude sentir que saía fumacinha da minha boca a cada respiração ofegante.

Iuri abriu a caixa e tirou um tabuleiro preto cheio de quadradinhos brancos com números e algumas maldições. Todos ficamos olhando sem entender muito bem como aquilo funcionava.

-O jogo é assim... - Iuri começou explicando - Cada um terá um bonequinho como esse... -Falou mostrando-nos uma miniatura que parecia um menino - A rodada começará por quem tirar mais pontos nos dados brancos... Depois de escolhido quem irá começar o jogo, o jogador deverá jogar esse dado vermelho nesse tabuleiro menor que tem este desenho estranho e consequentemente colocar seu bonequinho na casa escolhida... Os números não significam nada, são apenas perguntas que poderão ser ou não respondidas por um espírito maligno através deste pêndulo que írá apontar para o SIM ou para o NÃO - Todos olhamos uns para os outros - Agora, se o bonequinho cair na casa maldição, será sorteada uma dessas fichas que irão dizer a forma como cada um irá morrer.... - E soltou uma risada maléfica.

-O que? - perguntei sentindo minha boca tremer.

-Calma Ana, lembre-se que é só um jogo... É claro que nada vai acontecer, confia em mim... - Maurício me falou.

Consenti com um meio sorriso, ainda com os lábios trêmulos, um pouco pelo frio, um pouco por puro medo e desespero. Iuri pediu para que um segurasse na mão do outro fechando o círculo e então fez uma espécie de oração invocando espíritos que estavam perto. Quase morri. Logo em seguida falou:

-QUE O JOGO COMECE! -Iuri falou jogando os dados brancos.

-...8.

-Bom número, minha vez. - Dessa vez foi Carlos que jogou os dados - 4.

-2 - Milena falou desanimada.

Fabiana pegou os dados e atirou contra o tabuleiro olhando apreensiva.

-9.

-Muito bom! Agora sou eu... - Maurício falou - Poxa, 3! Tá bom né... Isso porque não tem como ser apenas 1... Do jeito que eu tenho sorte...

Todos riram e logo em seguida Aline jogou os dados.

-11.

-Boa garota! Por enquanto é você... - Iuri falou eufórico.

Então de repente, sobrou uma.

-Ana.. É sua vez... - Carlos falou me entregando os dados. Olhei com medo, mas peguei e lancei.

Os dados saltitaram pelo tabuleiro num som que fazia meus ouvidos arderem, o primeiro marcou seis. Todos ficaram olhando atentos e então o segundo oscilava entre 4, 5 e 6. Eu dizia mentalmente "Por favor, para no quatro, no quatro..". Os dados pararam e a verdade foi dita.

-12. - Milena falou boquiaberta - Ana... Você tem muita sorte!

-Ah claro, sorte... - falei entre os dentes, quase num sussuro.

-Vai Ana, começa. - Fabiana falou me dando o dado vermelho.

-Tá - Falei forçando um sorriso.

Joguei o dado bem no centro do tabuleiro menor. E dessa vez o número foi quatro. Olhei para o tabuleiro principal e contei mentalmente colocando o bonequinho na casa correto. Número 9, nada de maldição.

-"Graças a Deus!" - sussurrei.

-Faz uma pergunta ... - Iuri falou me dando o pêndulo.

-Sério?

Silêncio.

-É só uma pergunta... Leve isso na brincadeira Ana!

-Eu estou tentando... - falei pegando o pêndulo.

Coloquei o pêndulo bem encima do tabuleiro menor que, além de ter aquele desenho estranho, tinha dois pontos, um de cada lado, com as inscrições "SIM" e "NÃO".

-Eu não sei o que perguntar...

-Porque não começa perguntando se esse jogo é sério?

-Cala a boca Carlos... Aí que ela não joga mesmo...

Hesitante e com medo da resposta falei em voz alto segurando o pêndulo com delicadeza:

-Esse jogo é sério?

Senti um vento passar por minha nuca e então o pêndulo se inclinou levemente para a esquerda: SIM! Tremi por dentro e joguei o pêndulo no chão.

-Eu quero parar! - falei me levantando, mas Aline me segurou e me fez voltar para a almofada.

-Para com isso Ana... Você prometeu uma rodada... Vamos terminar pelo menos essa..

-Aline...

-Por favor...

Abri a boca para dizer algo, mas apenas sentei.

-Tá bom... Agora é a vez do Maurício.. Vai lá...

-2. - Maurício contou e viu que o bonequinho havia caído na casa da maldição. - E agora?

-Escolhe uma ficha... - Iuri falou.

-Essa...

Então Iuri começou a ler:

-"Maldição de Horus: Não penses que escapará, tua morte será rápida, mas nem por isso será fácil. Sinta sua respiração faltar, sinta minha mão te segurando. MORRA DEMÔNIO, MORRA!"

Silêncio absoluto. Todos olhavam para Iuri, inclusive Maurício com uma expressão de pânico. Maurício começou a sentir algo, então perguntei:

-Você tá se sentindo bem?

-Mais ou menos, só um frio na barriga...

-Quer que eu pegue um copo de água?

-Pode deixar.. Eu vou lá...

-Quer que eu vá junto?

-Não, tudo bem... Eu vou e já volto...

-Então tá...

Maurício se levantou e foi até a cozinha, mas um barulho estranho o fez tremer. Quando ele olhou, já era tarde demais.

--------------------------Continua--------------------------------

Ana Luisa Ricardo
Enviado por Ana Luisa Ricardo em 20/12/2011
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