A visita noturna

Acordo banhada em suor frio, um calafrio invade minha espinha, jogo as cobertas longe. Minhas pernas tremem, meus olhos invadem o escuro. Toco em minha pele quente, sinto que fui tocada por alguém. Mais quem? Estou só em meu apartamento. Voltei a dormir mais uma voz, invade meus sonhos, atormentada acordo, levanto, não acendo as luzes. Novamente ouço a voz:

-Fernanda vocé e minha!. Quando reconheci aquela voz senti que ia desmaiar. O medo apavorou-me mais segui aquela voz, a do homem a quem tanto amei. Cheguei a sala e vi o traidor dos meus sonhos de mulher. A luz da lua iluminou sua face. Meu coração bateu forte, não me contive de saudade e o beijei com desejo. Ele me levou ao quarto e me amou com desespero e saudade. Nosso amor reviveu. Antes de amanhecer ele saiu dos meus braços, não desta vez ele não me deixaria sem explicação. Acendi a luz do quarto, meu Deus ele estava apodrecendo em vida. Metade do rosto estava recheada de vermes. O nojo se apoderou de mim, vomitei ali mesmo. Como eu não senti o cheiro de carne morta quando transamos? Com medo tentei fugir. Ele com lagrimas de sangue a vazar das faces podres, vi em seus olhos resquios do homem que eu amei, ele segurou em meus braços e disse: - Fé estou morto! Aquele dia do nosso encontro sofri um acidente e morri. Minha irmã não sabia de vocé por isso não te avisou. Fazem seis meses. Tenho que ir eu te amo fernanda para sempre. Não voltarei mais. Seja feliz- com um ultimo beijo ele partiu.

Levantei e fui atras dele, ele deixou a porta da frente aberta e se foi. Não isto não poderia ser! Os mortos não voltam. Procurei na agenda e liguei para a irmã do Renato ela confirmou ele estava morto a seis meses! Na manhã seguinte fui ao cemiterio. Ao chegar proximo ao seu tumulo notei que a terra estava remexida. Fui falar com o coveiro. -Ih dona quase toda a semana tenho que enterrar aquele dali, ou alguns garotos gostam de brincar ou aquele defunto gosta de passear.

Deixei as flores e me despedi do meu amado, confiante que um dia alem desta Terra eu o veria. Pois a força do nosso amor fez o meu visitante noturno romper os véus da morte.

Alesandra Cristina
Enviado por Alesandra Cristina em 13/12/2011
Reeditado em 18/12/2011
Código do texto: T3386862
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.