A Cega- miniconto

Todo domingo os fieis, ao ir a missa na catedral se deparavam, com a mesma cena uma mendinga ainda jovem esmolando na porta da igreja. Algumas pessoas caridosas jogavam umas moedas, outros a tratavam com desprezo. Haviam aqueles que riam de sua pobreza e feura. A jovem já não ligava para ninguem, preferia o escarnio daqueles infelizes, a surras que levara do maldito do seu padrasto, que acabara por roubar sua visão. Com a alma atormentada, ao termino de mais um dia foi vagar sem rumo. Ao se sentar no banco da praça, em que dormia percebeu alguem sentado a seu lado. O homem fez uma proposta que lhe devolveria a visão se ela até a meia noite do dia seguinte ela lhe trouxesse os olhos de seu padrasto.

-Mais como conseguirei fazer isto se sou cega? E quem é vocé?- a jovem estava desconfiada.

- Seu padrasto me prometeu a alma, mais antes de leva-lo para o inferno comigo quero me divertir com ele. Ande menina pegue este punhal e se vingue. Ah pode me chamar de demonio. Lembre- se quero os dois olhos.-dizedo isto a figura sinistra lhe deu o punhal e sumiu. Como por encanto a jovem passou a enxergar. Sabendo de sua missão partiu rumo a sua velha casa. A bela casa de seu pai estava mal cuidada. Ja era madrugada, a jovem entrou pela janela da sala se esgueirou para o quarto do padrasto e ao ve-lo o odio invadi seu coração com o punhal desferiu incontaveis vezes no miseravel, como louco ele tentou defender-se. Mais a jovem era mais forte com os olhos em mãos a jovem partiu com seu sinistro tesouro. Na noite seguinte ela deu ao satisfeito e zombeteiro demonio os olhos. Cada um seguiu seu caminho, enxergando e com satisfação ela exigiu sua herança. Ninguem desconfiou que foi ela a tirar a visão do infeliz do de seu padrasto. Num belo domingo na catedral um novo mendingo estava a esmolar, sem os dois olhos. Um homem bem trajado rindo disse no ouvido do infeliz:- Vocé pensou que me enganaria Onofre? Agora vou me divertir vendo vocé sofrer ate leva-lo. Ahahah. O infeliz mendingo gritou assustado, ante a indiferença de quem ouvia.

Quem quiser me siga no twiter: @Cris_Siemann

Alesandra Cristina
Enviado por Alesandra Cristina em 12/12/2011
Reeditado em 13/12/2011
Código do texto: T3384867
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.